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Capital

Serralheiro morre em hospital após 11 dias de internação em UPA

Antonio Marques | 23/05/2016 14:36
Fernando Brites morreu na noite desse domingo depois de ficar mais de 20 dais internado na UPA Coronel Antonino e no Hospital Regional (Foto: Divulgação)
Fernando Brites morreu na noite desse domingo depois de ficar mais de 20 dais internado na UPA Coronel Antonino e no Hospital Regional (Foto: Divulgação)

A demora na remoção do serralheiro Fernando Brites, 57 anos, da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Coronel Antonino para o Hospital Regional Rosa Pedrossian pode ter sido a causa de sua morte na noite desse domingo, após sofrer três paradas cardíacas. Ao todo foram 24 dias de internação na luta pela vida, 11 deles na UPA, mesmo com mandado judicial para transferência em decorrência da gravidade do caso.

O sobrinho do serralheiro, Rafael Brites, que já havia denunciada a preocupação com a demora na transferência do tio para uma unidade hospitalar no início do mês, após ter conseguido liminar judicial por meio da Defensoria Pública, revelou ter ouvido de um médico no Hospital Regional que se Fernando Brites tivesse ter chego ao local menos debilitado a condição de saúde poderia não ter se agravado.

Rafael, que é residente em Sidrolândia, mesmo município de Fernando, disse que a última visita feita ao tio ocorreu no último sábado. Segundo ele, ao ser internado no hospital foi constatado que o Fernando tinha fibrose pulmonar, uma doença que provocação a cicatrização do pulmão, dificultando seu funcionamento.

Para piorar, conforme Rafael, apareceu uma infecção no órgão. “O médico disse que não pode fazer o exame para identificar o tipo de infecção devido a demora do paciente em chegar ao hospital. Com isso, o rim foi atingido e poderia chegar ao coração”, comentou o sobrinho.

De acordo com Rafael, o tio ficou muito tempo na UPA, sem receber o tratamento ideal, o que o deixou mais debilitado. “Ele não respirava mais sem a ajuda de aparelho quando chegou no hospital e foi direto para a área vermelha, depois para o CTI (Centro de Tratamento Intensivo)”, contou ele, acrescentando que, em seguida os rins do serralheiro pararam de funcionar devido a infecção, obrigando-o a fazer hemodiálise.

No entanto, na noite de ontem, Fernando Brites teve três paradas cardíacas e não resistiu vindo a óbito as 20h30. O sobrinho disse que ainda não tinha conhecimento do laudo sobre a causa da morte, mas estava descartada a gripe A. 

Revolta – De acordo com Rafael, a família estava muito revoltada com o descaso recebido no atendimento na Capital, especialmente pela demora na remoção do tio para a unidade hospitalar, “mesmo depois da ordem do juiz”, observou.

Fernando Brites foi internado no início do mês após ter dificuldades para respirar. Diante do agravamento do estado de saúde, os familiares recorreram a Defensoria Pública para garantir uma vaga em uma unidade hospital, decisão que saiu no dia 6 de maio. Mesmo assim, o paciente só foi transferido uma semana depois.

Na ocasião, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde garantiu que o paciente estava estabilizado e não havia sido transferido por falta de vaga na rede hospitalar, o que seria feito assim que surgisse um leito.

Já a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde, órgão responsável pela transferência, informou que a Procuradoria Jurídica ainda não havia recebido a liminar determinando a transferência de Fernando Brites.

Segundo Rafael, no dia 13 de maio, o tio foi removido para o Hospital Regional, mas o quadro já havia se agravado muito. O velório está acontecendo em Sidrolândia e o sepultamento será no final desta tarde. Fernando deixa mulher e cinco enteados, todos maiores de idade.

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