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Capital

Sindicalista denuncia Bernal ao MPE por financiar chapa em eleição

Aline dos Santos | 27/05/2013 18:02
Tabosa afirma que Bernal transferiu servidores e faz esquema para ganhar comando de sindicato. (Foto: Marcos Ermínio)
Tabosa afirma que Bernal transferiu servidores e faz esquema para ganhar comando de sindicato. (Foto: Marcos Ermínio)

A uma semana da eleição no Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), o clima é de disputa e denúncia. Hoje, o atual presidente do sindicato, Marcos Tabosa, que é candidato, acionou o MPE (Ministério Público Estadual) e a Câmara Municipal para denunciar que o prefeito Alcides Bernal (PP) está financiando uma das chapas adversárias.

Segundo Tabosa, os integrantes da chapa 2, liderada por Pedro Felix de Souza, foram designados para a secretaria de Administração, num sinal de proximidade com a atual gestão municipal.

Sobre repasse de dinheiro, o sindicalista anexou um e-mail. A mensagem tem como assunto "Orçamento Campanha Sisem" e teria sido enviado de Pedro Felix para Juliano Gogosz de Oliveira, que desde 24 de janeiro foi nomeado para cargo em comissão de assessor-técnico na secretaria municipal de Governo e Relações Institucionais.

No e-mail, que não traz o endereço de destinatário e remetente, Pedro Felix aponta que as despesas serão de R$ 35.570. O total inclui locação de três carros por 30 dias (R$ 9.300), 600 litros de gasolina (R$ 1.770), mil camisetas (R$ 10.900), cem adesivos para carros (R$ 8 mil) e dois mil vale-transporte (5.600).

Na observação, consta que o “esse orçamento poderá ser revisto, ficando à disposição, para ajudar no que puder”. A mensagem é datada de 7 de maio de 2013. Num comparativo, Tabosa afirma que o gasto de sua campanha será de R$ 900.

Em outro e-mail, onde aparece os endereços eletrônicos de Pedro Felix e Juliano Gogosz, o candidato da chapa 2 envia 35 nomes de servidores com lotação e telefone. A mensagem é do dia 24 de maio. No dia 23 de maio, Pedro Felix envia e-mail para Juliano Gogosz, com 37 nomes de servidores que precisam ser liberados.

Conforme Marcos Tabosa, outra irregularidade foi a cedência de Rodolfo Carlos Ferreira. Ele é agente comunitário de saúde e foi cedido no mês de fevereiro para a secretaria municipal de Administração. “Essa cedência só pode ser feita com licença classista. Agente de saúde não pode ser cedido, senão uma área, com 150 famílias, fica descoberta”, afirma. A estratégia ainda incluiria não liberar todos os servidores para o voto no dia 3 de junho, data da eleição, mas somente aos que forem a favor da chapa 2.

Segundo Tabosa, as denúncias chegaram ao sindicato de forma anônima e já haviam sido feitas ao MPT (Ministério Público do Trabalho). Hoje, os documentos que acusam Bernal de querer transformar o sindicato em filial de seu gabinete foram entregues à 30º Vara de Justiça, cujo titular é o promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha.

Esquema – Marcos Tabosa também denunciou que o prefeito se apropriou do dinheiro da contribuição sindical nos últimos dois meses e do imposto sindical, descontado no mês de março. No primerio caso, o repasse seria R$ 58 mil, que deveria ser depositado na conta do sindicato no banco HSBC. Já o imposto equivale a R$ 350 mil, repassado para uma conta em agência da Caixa Econômica. Segundo Tabosa, o sindicato está sobrevivendo com auxílio da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

O esquema consistiria em repassar o dinheiro retido para a campanha da chapa 2 e para a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e, depois, com a vitória, a nova direção apontaria que o dinheiro chegou normalmente à conta do Sisem.

Em 24 de abril, devido a impasse sobre o período do mandato dos atuais dirigentes sindicais, o MPT recomendou a Bernal que suspendesse os repasses ao Sisem . No dia 30 de abril, o MPT solicitou que decisão anterior perdesse o efeito.

A eleição - Três chapas estão concorrendo, uma presidida pelo atual presidente, Marcos Tabosa, outra liderada por Pedro Felix e a terceira encabeçada pela servidora Elvira. O Sisem tem 2,9 mil filiados e orçamento anual em torno de R$ 750 mil. Além de sede própria, o Sisem tem Clube de Campo e estrutura administrativa de apoio aos associados.

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