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Capital

Sindicato diz que agora postos só têm lucro com "agregados"

Paula Maciulevicius | 09/05/2011 17:45

Sinpetro firma que álcool anidro subiu 182% nos últimos seis meses

Com dados, Sinpetro alega que nem todos os reajustes são repassados ao consumidor e diz não estar otimista com redução no preço. (Foto: João Garrigó)
Com dados, Sinpetro alega que nem todos os reajustes são repassados ao consumidor e diz não estar otimista com redução no preço. (Foto: João Garrigó)

Durante entrevista coletiva esta tarde, o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul) afirmou que o principal culpado pelos constantes reajustes nos combustíveis é o governo federal, por não ter estoque regular suficiente.

O Sindicato não está otimista sobre a redução no preço dos combustíveis, que pode começar a surgir no final do mês e considera positivo o protesto marcado para esta noite, pelos consumidores da Capital, que devem percorrer postos com o movimento "Na mesma moeda".

Segundo o Sindicato, entre junho do ano passado e abril de 2011, o álcool anidro, substância pura que é misturada à gasolina, subiu 182% nas usinas.

“O vilão sempre somos nós, donos de postos que ficam entre a companhia, os produtores e o consumidor. Nós apenas recebemos o comunicado de que subiu o preço pela distribuidora na hora que o combustível chega para a gente. Olha na nota fiscal e o aumento está lá”, explica o diretor de Comunicação do Sindicato, Marcos Villalba.

O Sindicato argumenta que o litro da gasolina tem embutido 11% no valor referente à distribuição e revenda, 22% em relação ao custo do álcool anidro, 26% de ICMS, 13% de tributos de contribuição federal e mais 28% da parcela para a Petrobras.

Para o presidente Mário Shiraishi, o governo federal não teve estoque regular suficiente para atender a demanda. Com a falta de álcool anidro e gasolina, o país teve que importar o combustível.

“Ocorreu nos últimos meses uma migração do álcool, para a gasolina e a logística do governo federal não foi bem elaborada, as refinarias ficaram defasadas. O aumento dos 182% (álcool) é bastante impactante na formação do preço da bomba”, acrescenta.

Ainda de acordo com o Sinpetro, de outubro do ano passado a abril de 2011, o álcool subiu 33,6% e a gasolina 14%, nas bombas. O órgão que representa a classe fala que nem todos os investimentos feitos pelos proprietários, como troca de tanques, sistemas de coleta de produtos químicos foram repassados aos consumidores, assim como o reajuste da energia elétrica, salário dos funcionários e aumento da carga tributária.

Depois de constantes reajustes, Sindicato acredita que “saída” para os postos está nos agregados, como lava-jatos e conveniências. (Foto: João Garrigó)
Depois de constantes reajustes, Sindicato acredita que “saída” para os postos está nos agregados, como lava-jatos e conveniências. (Foto: João Garrigó)

Sobre a expectativa na redução do preço nos combustíveis, o Sindicato rebate que até agora as distribuidoras mantiveram o preço. Para Marcos Villalba, o consumidor vai sentir a queda a partir do final do mês. “A redução pode existir, mas não estamos tão otimistas”, ressalta.

O Sindicato explica que se houver redução será gradativa. “Tem dono de posto que está com o tanque cheio, pagou na alta e se vender abaixo do preço de custo, quebra. Por isso tem uma variação nas bombas dos postos”, relata.

Conveniências – Com uma margem de lucro cada vez menor, a dinâmica dos postos está focada nos agregados. Lojas de conveniência e lava-jatos se tornaram a saída para os proprietários.

“Daqui a pouco o menos importante para o dono, será a bomba. Não podemos depender só de bomba e sim itens que venham fazer frente aos custos e diminuir o impacto das empresas com a alta no combustível”, ressalta.

Segundo o Sindicato, a margem de lucro que já esteve na média dos 15%, hoje se encontra entre 5%. Para os representantes da classe o governo não teve política contundente para o setor e agora deixou os donos de postos reféns da situação.

Medida Provisória – Sobre a Medida Provisória que reduz o percentual da quantidade mínima de álcool anidro na gasolina, assinada no mês passado pela presidente Dilma Roussef, o Sindicato vê como um alerta aos usineiros, mas que até agora não foi posto em prática.

“A redução de 25% para 18% de álcool anidro na gasolina é um gatilho que o governo federal já tinha usado. Mas a Medida diz que ‘poderá’ autorizar a diminuição na mistura, isso é um paliativo, para que o setor não sofra colapso no abastecimento.

Protesto – Em relação à manifestação promovida por consumidores, marcada para esta noite, o Sinpetro afirma que o movimento “Na mesma moeda” é positivo. “A intenção é boa. Está na hora de mostrar aos consumidores como é composto o preço do combustível e que nós simplesmente repassamos o que temos na compra”, fala Marcos.

A orientação é de que os postos mantenham troco em caixa e fiquem calmos. A iniciativa não é para atingir os donos de postos e sim o governo.

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