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Capital

Sob risco de despejo, famílias reforçam invasão na Moreninha 4

Aliny Mary Dias e Graziele Rezende | 28/10/2013 11:46
Invasões começaram há dois anos e aumentaram nos últimos meses (Foto: Marcos Ermínio)
Invasões começaram há dois anos e aumentaram nos últimos meses (Foto: Marcos Ermínio)

No dia que deveriam deixar um terreno que começou a ser invadido há dois anos no bairro Moreninhas 4, cerca de três famílias se juntaram às outras 57 que já moravam no local e agora aguardam apreensivos uma ação de despejo.

O terreno fica localizado nos fundos do bairro Nova Esperança e possui dois hectares de extensão. Batizado de Loteamento Nova Esperança, o local ganhou novos moradores nesta segunda-feira (28), mas as invasões aumentaram depois que outra área particular ocupada há dois meses teve ordem de despejo favorável ao proprietário.

Os moradores saíram do terreno anterior e aumentaram a ocupação do Loteamento Nova Esperança. O local onde as 60 famílias estão é de posse da Prefeitura de Campo Grande, segundo informações dos próprios moradores.

Maria José de Oliveira tem 35 anos e mora com os 4 filhos no loteamento. Ela trabalha como torneadora, mas garante que com o salário não é possível pagar o aluguel de R$ 400, em média, e alimentar os quatro filhos.

“Eu tenho cadastro na Emha há 13 anos e nunca recebi uma casa. Conheço gente que se cadastrou há menos de 1 ano e já ganhou casa”, desabafa.

Moradores garantem que irão resistir à invasão (Foto: Marcos Ermínio)
Moradores garantem que irão resistir à invasão (Foto: Marcos Ermínio)

Ainda de acordo com o relato dos moradores, na quarta-feira (23), houve a notificação de que a ocupação é irregular e foi dado o prazo de cinco dias para a saída das famílias. Com a data limite nesta segunda-feira (28), os moradores se dizem determinados em permanecer na área, mesmo que haja ação de retirada.

“Podem vir ‘patrolar’ que não vamos sair, vamos resistir”, afirma o ajudante de serviços gerais, Fernando Sebastião da Silva, 45.

A maioria das casas construídas na área é feita de madeira e em condições precárias. Apesar da notificação para a saída, muitos continuam construindo e melhorando a estrutura dos imóveis.

Vice-presidente do bairro Ribeiro, Cícera da Silva, afirma que todos invadem o local porque não tem dinheiro para pagar o aluguel. “Ninguém está aqui porque quer”, afirmou Cícera que diz ainda que existem pelo menos 600 casas da Prefeitura para serem fornecidas às famílias de baixa renda.

Ocupações continuam e moradores aumentam casas (Foto: Marcos Ermínio)
Ocupações continuam e moradores aumentam casas (Foto: Marcos Ermínio)
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