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Capital

Sucesso de público, favela renasce um ano após remoção de famílias

Aline dos Santos | 22/10/2015 15:31
Barracos ressurgem no bairro Morada Verde. (Foto: Fernando Antunes)
Barracos ressurgem no bairro Morada Verde. (Foto: Fernando Antunes)
Dayane conta que se preocupa com a saúde da filha, mas teve que trocar casa alugada por barraco. (Foto: Fernando Antunes)
Dayane conta que se preocupa com a saúde da filha, mas teve que trocar casa alugada por barraco. (Foto: Fernando Antunes)

Sucesso de público no passado, a favela da Portelinha ressurge no bairro Morada Verde. Já são cinco barracos na rua de terra, uma espécie de prolongamento da avenida prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo, em Campo Grande.

Para quem chega fugindo do aluguel, há ligações clandestinas “semiprontas” de água e luz, herança dos antigos moradores. Para quem decide ficar, a vizinhança é muito lixo, privações e uma fauna variada, que inclui de cobra a tamanduá.

No calor de 34ºC desta quinta-feira, a sombra da árvore é refresco na rotina de Dayane Pereira Proença, 22 anos. Ela conta que há um mês trocou o aluguel de uma casa de alvenaria pelo barraco.

No novo endereço, mora com o marido e a filha de um ano e 11 meses. A menina, diminuta e irrequieta, tem bronquite e já esteve duas vezes internada com pneumonia. Os problemas respiratórios são agravados pelas condições da moradia. O filho de quatro anos ficou com parentes.

A família vive do pagamento de R$ 185 do Bolsa Família e dos “bicos” que o marido faz. O barraco foi construído com madeira doada pela mãe de Dayane, que mora ao lado.

Leide Rodrigues Pereira, 36 anos, está no local há quatro meses, depois de saber, por meio de um conhecido, que o terreno de fundo de vale, às margens do córrego Segredo, estava desabitado. Segundo ela, a expectativa é que logo chegue mais gente.

De acordo com Marcos Godoy, 27 anos, parte da vegetação já foi limpa e devem ser construídos mais quatro barracos. Marido de Dayane, ele conta que é pedreiro, mas não consegue trabalho porque teve os documentos furtados. Sem recursos, teve que deixar o aluguel no Jardim Futurista que custava R$ 350.

Segundo Marcos, o investimento para erguer um barraco é de R$ 400, valor que inclui a compra da madeira dos coletores do aterro de entulhos do Jardim Noroeste, pregos e mão de obra. Os três entrevistados afirmam que têm cadastro para obter casa popular.

A expectativa é ter o mesmo destino das mais de 300 famílias que moraram na Portelinha e foram transferidos para os residenciais Ary Abussafi e Gregório Correa. A favela foi posta ao chão em novembro do ano passado.

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