Sujeira e entulho facilitam ataques de escorpiões no Monte Castelo

O aparecimento de escorpiões nos arredores do Clube Ipê, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande, tem assustado os moradores da região. Só em três casas da Rua Riachão, no último mês foram encontrados 18 deles, adultos e filhotes. Para os moradores, sujeira e entulhos amontoados no clube atraem as pragas.

“Meu bebê tem 11 meses e está engatinhando. Morro de medo de acontecer alguma coisa”, teme a empresária Christiane Pereira, 28 anos. De acordo com ela, funcionários do clube limpam as dependências do local e jogam a sujeira na calçada. “Isso atrai os bichos”, opina.

A estudante Aline Ferreira Barbosa, 33, também tem um filho pequeno e se preocupa com a segurança da família. “Só na minha casa achei 11 escorpiões, de um mês para cá. Tenho pensando até em me mudar de casa por medo”, conta.

“Coloco água sanitária nos ralos e tapo os buracos. Mas não adiantou. Não sei mais o que fazer. Até guardei os escorpiões e chamei o Centro de Zoonoses. Mas eles falaram que a cidade inteira está assim e não vieram”, afirma.

A maior preocupação de Aline é com o filho, de três anos, que “fica todo o tempo mexendo nas coisas”. Segundo a estudante, se um adulto pode ser ferido gravemente com uma picada do animal peçonhento, uma criança pode ser ferida fatalmente.

Sujeira e entulho – A população do bairro reclama do excesso de sujeira e entulho que se acumula nos mais de 15 terrenos baldios do em torno do Clube Ipê. O fato preocupa mais porque, de acordo com eles, o estabelecimento não coopera com a limpeza.

“Um dia vi um trabalhador limpando o clube e jogando a sujeira na calçada. Ele disse que a prefeitura passaria limpando. Mas passaram dias e nada. Sei que o funcionário não tem culpa, mas é esse entulho e sujeira que atrai os escorpiões”, afirma a estudante Aline.

Já a advogada Elizabeth Oliveira Vieira, 64, conta que a situação piora com o fogo. “Quando eles ateiam fogo para acabar com a sujeira, ninguém consegue ficar em casa”, conta.

“Já conversamos e reclamamos, de forma amigável e na discussão. Até agora nada adiantou”, diz a empresária Maria Betânia, 47. “É um descaso do clube. Nem calçadas eles fazem. Nós temos que fazer, mas a deles é cheia de mato e bichos”, afirma.

O clube foi procurado pela reportagem, mas as ligações não foram atendidas.