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Capital

Suspeito de matar mulher em 2010 é preso e família reclama de descaso da Polícia

Paula Maciulevicius | 21/02/2012 14:33

“Dá uma revolta. Fizeram descaso, era a gente que ficava ligando e tinha uma criança envolvida. Muito lenta essa nossa Justiça”

Foi só depois de 1 ano e oito meses que a angústia da família de Laís Cristine de Souza Ortiz, 23 anos, teve fim. Nesta segunda-feira o padrasto dela, Admilson Soares dos Santos foi preso, por matar a facadas, em junho de 2010, a mulher Sueli Gomes de Souza. Além da demora, o que os familiares da vítima relatam é o descaso da Polícia.

“Foi um amigo nosso que foi atrás, não foi nem a Polícia. Eles nunca foram atrás, perguntava para mim sabe onde ele está? Se eu soubesse, eu mesma teria prendido”, desabafa Laís.

O crime foi motivado por ciúmes de um amigo que estava na residência do casal, onde acontecia um churrasco, na madrugada do dia 6 de junho, no Jardim Aeroporto. A união de dois anos terminou em sangue. E tudo isso na frente do filho de Sueli, que na época tinha 8 anos.

“É um filme de terror na minha vida e do meu irmão. Até hoje eu não acredito quando eu conto, o que aconteceu na vida da gente”, diz.

Laís conversou com o Campo Grande News no intervalo do trabalho. Se segurou para não cair no choro, mesmo ela tendo todos os motivos para isso. Desde junho do ano retrasado, a vida da família mudou e o que eles mais queriam custou a vir, Justiça pela morte da mãe.

“Dá uma revolta. Fizeram descaso, era a gente que ficava ligando e tinha uma criança envolvida. Muito lenta essa nossa Justiça”, fala.

O desfecho da história trágica caminhou para o fim quando este amigo da família passava para ir a uma igreja e nas redondezas do bairro Danúbio Azul, viu Admilson. Segundo relatos dele à Laís, ele já estava trabalhando e já casado. Tocando a vida com normalidade.

Desde quando este amigo viu até a prisão foram quatro meses. A família sustenta que a Polícia chegou a fazer tocaia uma vez, mas Admilson foi avisado e fugiu. “Só foram uma vez, não conseguiram e aí largaram mão. Quando você conseguir, ele tiver aí, você liga para a gente, me disseram isso”, conta.

A prisão foi acompanhada pelo amigo da família. E foi ele quem informou à Laís que a Justiça começava a ser feita. “Nem me ligaram da Polícia. Eu que tive que ligar na delegacia e perguntar se ele tinha sido preso. Quando perguntaram quem era, eu disse que era a filha da vítima e do outro lado disseram é mesmo, ele disse que matou uma Sueli. Assim, como se fosse super normal”, relata.

O irmão que na época tinha 8 anos mora com Laís desde o acontecido e recebe acompanhamento psicológico. Além de sentir a falta da mãe, o menino carrega o trauma de ter visto o crime.

“Naquela noite ele veio a pé até a minha casa avisar. Ele estava no quarto e a minha mãe na sala. Ele saiu correndo para me contar. Na rua, sozinho, de madrugada. Foi um taxista que achou ele e trouxe até aqui”, lembra.

Admilson chegou a confessar à Polícia que havia esfaqueado Sueli por telefone e que iria se entregar. O que nunca aconteceu.

Polícia - À época do crime, as investigações foram conduzidas pela 7ª Delegacia de Polícia Civil. Segundo o delegado Natanael Costa Balduino, o mandado de prisão de Admilson só passou a constar no sistema da Polícia Civil no dia 31 de janeiro deste ano.

O delegado justificou que o processo é mais lento quando o autor do crime não é autuado em flagrante, mas que a Polícia estava à procura constantemente.

Admilson já tinha mandado de prisão em aberto por homicídio ocorrido em 1997 contra Márcio da Silva Veiga.

“A Justiça é lenta, mas pelo menos está sendo feita”, declara a filha de Sueli.

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