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Capital

Tabu na sociedade: suicídio foi cometido por 35 pessoas em 7 meses

Aliny Mary Dias | 16/09/2014 10:02

Para muitas pessoas, o suicídio é um assunto distante da realidade, muito em razão do tabu com que o tema é tratado por autoridades e pela imprensa brasileira. Mas a verdade pode ser expressa em números. Desde o início do ano, 35 pessoas cometeram suicídio em Campo Grande e tantos outros casos seguem em investigação ou não entraram nas estatísticas.

O assunto chama ainda mais atenção diante dos números divulgados este ano pela OMS (Organização Mundial da Saúde). No ranking brasileiro, Mato Grosso do Sul ocupa a 3ª posição dos Estados com maior números de suicídio. Na colocação dos municípios do país, Amambai está em quarto lugar.

Para debater o assunto e também conscientizar profissionais da saúde sobre as doenças que levam até o ato extremo de tirar a própria vida, o 7º Seminário de Promoção à Vida e Prevenção ao Suicídio será realizado hoje e amanhã (16) na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande.

O pesquisador e professor de bioética do Hospital Universitário, Edilson Reis, afirma que o suicídio deve deixar de ser um tabu, principalmente na mídia. “Existe o mito que se falar sobre o suicídio a incidência vai aumentar, mas estudos indicam o inverso. Todos falam de vários assuntos como tabagismo, alcoolismo e drogas e isso não incentiva as pessoas e sim orienta sobre a prevenção”, diz.

A depressão, em vários níveis, é considerada uma das maiores causadoras do suicídio. A pessoa com a doença se isola e se sente abandonado, sendo assim, a dor sentida não é compartilhada e acaba prejudicando ainda mais o indivíduo.

“Dados da OMS mostram que 90% das pessoas que cometerem suicídio não sabiam lidar com alguma situação, como a depressão, o stress e a angústia. Nosso objetivo é mostrar que além da visão clínica, é preciso ter uma visão social, emocional e até espiritual desse indivíduo”, completa o professor.

As inscrições para recebimento de certificado do seminário já foram encerradas, mas quem quiser participar pode ir até o LAC – Campus da UFMS, em Campo Grande, hoje e amanhã das 19h às 22h. Além do professor Edilson, o professor Luis Leão da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) também participa com a palestra "O suicídio e o mundo do trabalho contemporâneo".

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