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Capital

Agetran cassa licenças de taxistas que denunciaram máfia dos alvarás

Daniel Machado | 17/12/2014 21:07
Polêmica envolvendo alvarás de táxis continua na Capital (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Polêmica envolvendo alvarás de táxis continua na Capital (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Quatro meses após denunciarem ao Campo Grande News a existência de uma máfia de alvarás e monopólio de táxis na capital, o presidente e dois diretores da Assotaxi (Associação dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande) tiveram seus registros de condução sumariamente cassados pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).

O processo administrativo disciplinar (de número 64.627/2014-40) foi publicado no DIOGRANDE (Diário Oficial de Campo Grande) do último dia 13 de novembro e acolhido pelo diretor-presidente da Agentran na época, Jean Saliba, e resultou na cassação dos registros de Francisco Coelho França Junior, Ezequiel Pero de Moura e José Carlos Áquila.

Os dois últimos, citados na matéria veiculada no dia 2 de julho, denunciaram a existência de um esquema de alvarás de táxis que opera como um grande oligopólio, restrito a “meia dúzia de frotistas donos de metade da frota da cidade” e envolvendo inclusive alguns vereadores. O esquema foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho, no Ministério Público Federal e Estadual.

Procurado pelo Campo Grande News, Jean Saliba alegou não saber os detalhes do processo, mas negou qualquer intenção de represália por parte da Agetran aos delatores. “Embora possa parecer, não há nenhuma retaliação. Houve, sim, uma denúncia, por parte do sindicato, de documentações inidôneas e, segundo o parecer da Comissão Processante, a pena cabível foi a cassação dos registros dessas três pessoas”.

O presidente da Assotaxi, José Carlos Áquila, admite irregularidades em documentos do INSS, mas diz ter sido vítima e não autor da fraude e demonstra estranhamento pelo fato da punição ter sido aplicada somente aos três diretores da associação. “Se fosse para cassar as licenças, isso teria de ser feito contra os mais de 250 associados e não apenas conosco”, falou ele, que diz também ter sido alvo de ameaças de morte. “Por causa das denúncias, o filho de um frotista me ameaçou de morte e minha família pediu até para que eu largue a presidência da associação e deixe de trabalhar com taxi, coisa que eu faço já há dez anos”, concluiu.

O Campo Grande News entrou em contato com a Agetran e pediu informações e vistas ao processo 64.627/2014-40, porém não recebeu um posicionamento oficial da agência até o fechamento desta reportagem.

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