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Capital

Telefonemas e depoimento de condenado incriminam advogado acusado de homicídio

Nadyenka Castro | 15/04/2011 12:01

Gilson está em júri popular

Cynthia é apontada como mandante e vai a júri popular dia 29 deste mês. Ela foi presa em 2008, mas foi solta por determinação da Justiça. (Foto: Marcelo Victor/ Arquivo)
Cynthia é apontada como mandante e vai a júri popular dia 29 deste mês. Ela foi presa em 2008, mas foi solta por determinação da Justiça. (Foto: Marcelo Victor/ Arquivo)

Apontado como um dos mandantes do assassinato do empresário Alci Pedro Arantes, o advogado Gilson Gomes da Costa está sendo julgado nesta sexta-feira, quase cinco anos após o crime. Parentes da vítima e o do réu acompanham a sessão.

De acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), telefonemas e o depoimento de um dos condenados pelo crime incriminam Gilson, que contesta a acusação e diz que não tem envolvimento nenhum com o assassinato.

O crime aconteceu em outubro de 2006, em frente à casa da ex-mulher da vítima, Cyntia Carvalho Martins, também acusada de ser mandante do homicídio.

Segundo a acusação, Gilson, a mando de Cyntia, teria pedido a João Batista Domingos, o João Quentura, para contratar pistoleiros para matar o empresário, irmão do prefeito de Rochedo, Adão Pedro Arantes.

A imputação feita ao advogado é com base no depoimento de João Quentura à Polícia Civil e em juízo, onde afirma que foi procurado por Gilson para contratar os executores. E também porque, em 75 dias, o réu e João Quentura falaram 32 vezes ao telefone, sendo três no dia do crime, uma delas às 6h56min. O assassinato foi entre 6h40min e 7h.

Gilson nega as acusações e diz que teve contato telefônico com João Quentura porque este foi seu cliente em uma ação de reintegração de posse e que foi ao local do crime a pedido de Cynthia, pois na época era advogado dela no processo de separação com Alci.

O júri- Defesa e acusação pediram o adiamento do julgamento porque não constam no processo informações sobre telefonemas solicitadas pelos advogados do réu. O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, negou o pedido.

O caso- Conforme a denúncia do MPE, foi Cynthia quem planejou a execução do ex-marido, o qual foi morto com um tiro na cabeça dentro da própria caminhonete, ao parar em frente à casa da ex-mulher para buscar a filha para levá-la à escola.

A primeira investigação feita pela Polícia Civil indiciou Cynthia e João Quentura como envolvidos no caso, mas não chegou aos executores.

Alguns meses depois, a família da vítima recebeu uma denúncia com informações sobre a autoria do crime e o caso foi reaberto.

As investigações chegaram aos dois indiciados primeiramente e também a Carlos Vieira Gonsalez, André Lima Silva, a 17 anos, e Carlos Ximenes Paiva. Estes últimos quatro já julgados e condenados.

Investigação complementar apontou a participação de outras quatro pessoas, mas o MPE verificou que apenas uma delas, um policial civil, pode ter envolvimento. Diligências para verificar o caso já foram pedidas, mas ainda não foram realizadas.

Para a acusação, Cynthia mandou matar o ex-marido para receber a herança e seguro de vida. Eles estavam separados porque Alci descobriu que o filho mais novo dela não era descendente dele.

Foi feito exame de DNA que comprovou que o menino não era filho dele. Cynthia será julgada a partir das 8 horas do próximo dia 29.

Ela aguarda o júri em liberdade. Os outros condenados estão presos.

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