ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Capital

“Tem que se esforçar”, diz aluna da escola municipal com maior nota no Ideb

Nadyenka Castro | 15/08/2012 17:18

Para diretora da Geraldo Castelo, estar entre as melhores notas do País é resultado do comprometimento da escola e das famílias com o aprendizado

Escola está localizada na região do bairro Monte Líbano. (Foto: Minamar Júnior)
Escola está localizada na região do bairro Monte Líbano. (Foto: Minamar Júnior)

Ela tem apenas 10 anos e já sabe o que é preciso para alcançar objetivos: dedicação. Camila Vitória, 10 anos, dá o recado que faz diferença no resultado. “Tem que se esforçar”.

A estudante do 5º ano da Escola Municipal Geraldo Castelo, em Campo Grande, foi uma das alunas que contribuíram para que o colégio tivesse a nota mais alta da Capital no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2011: 7,4 nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

O esforço que Camila cita foi o que fez com que a escola chegasse ao topo, mais uma vez. Em anos anteriores o colégio esteve entre os primeiros. Esforço este que a diretora, Emy Ishida Nascimento Nogueira faz questão de frisar.

“É o envolvimento da escola, professores, administrativos. A gente abraça a causa do aprendizado e faz parceria com os pais, com a família”, cita como diferencial da unidade de ensino. “É o nosso compromisso com a educação”, fala.

Segundo Emy, a organização da rotina escolar o envolvimento da comunidade também são trabalhos diários que fazem a diferença nas avaliações. “Aqui, a escola cobra da comunidade e a comunidade cobra da escola”, diz.

Para Emy, o fato da Geraldo Castelo ser uma escola pequena faz com que os funcionários conheçam a maioria dos alunos e seus familiares, situação que aproxima os dois lados.

O colégio atende a 450 alunos nos períodos matutino e vespertino. Da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental. São 20 professores e mais os responsáveis pelo treinamento de fut-sal, ballet e pelas aulas de violão.

Continuidade- Para Emy, outra situação que faz os alunos da escola se saírem bem nas avaliações é o trabalho continuado realizado desde o pré. “Tem continuidade no trabalho. É o bom trabalho realizado desde a Educação Infantil”.

Entre os trabalhos realizados com os estudantes, Emy cita o de leitura. “É desde a Educação Infantil”, fala. Desde o pré-escolar no colégio, Fernanda Vitória, 11 anos, é exemplo de que a iniciativa dá certo.

“A gente vinha para a quadra para ler”, lembra a menina, uma das estudantes que só vai sair de lá porque na escola não tem 6º ano. “Aqui, 95% dos que iniciam na Educação Infantil, permanecem”, declara Emy.

A diretora cita também projetos de alimentação saudável, de jornal, que são realizados pelos professores com os alunos. O resultado pode ser visto nos corredores: há diversos murais sobre assuntos trabalhados com os estudantes.

Emy faz questão de enfatizar que ali, na escola dirigida por ela, o ensino é a prioridade. “A gente prioriza a aprendizagem em sala de aula e também conscientiza o aluno desde pequeno a ser um cidadão. Aprender o certo e o errado”.

Diretora Emy com estudantes. Ela dirige o colégio há quatro anos. (Foto: Minamar Júnior)
Diretora Emy com estudantes. Ela dirige o colégio há quatro anos. (Foto: Minamar Júnior)

E logo na entrada do colégio há o anúncio de que integrar comunidade, família, cidadania e conteúdo escolar é o objetivo da escola. Banner na varanda do colégio diz: Seremos uma escola transparente, que respeita os indivíduos com a participação ativa da comunidade.

“Os meus pais acham muito legal a escola. Acham uma pena que eu vou ter que sair daqui”, conta Fernanda que é só elogios para a Geraldo Castelo. “A escola é muito boa. O jeito que as professoras dão aula. Levam a gente para quadra, sala de informática, biblioteca”, fala a estudante que sonha em ser advogada e, assim como a colega Camila, fez a Prova Brasil ano passado e ajudou a escola a ficar no topo da educação da Capital.

O que Camila aprende diariamente a faz sonhar em também ensinar. “Quero ser professora de Matemática”, diz, sem nenhuma dúvida. Sobre gostar do ‘fantasma’ da maioria dos estudantes, ela afirma. “É muito mais legal do que as outras matérias”, finaliza.

Ideb - Conforme dados divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) nessa terça-feira (14), a Escola Municipal Geraldo Castelo teve a melhor nota das séries iniciais do Ensino Fundamental entre as unidades de ensino da Capital: 7,4; a meta era 6,2.

As escolas da rede municipal de Campo Grande tiveram o segundo melhor desempenho, assegurando a vice-liderança no ranking da qualidade do ensino entre as 27 capitais brasileiras medido pelo Ideb. Com média de 5,8 nas séries iniciais e 5,0 nas séries finais, os alunos superaram as metas estabelecidas para o ano de 2015.

O prefeito Nelsinho Trad (PMDB) atribui os bons resultados, principalmente ao trabalho feito em equipe. “A educação sempre foi prioridade na nossa gestão. Todos se dedicam e merecem o louvor dessa conquista em Campo Grande. Adotamos a política da priorização do investimento da educação não apenas nas obras físicas, mas também no pessoal”, disse o chefe do executivo municipal.

O Ideb foi criado pelo Inep ( Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) em 2007 e representa a iniciativa pioneira de reunir num só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações.

Os resultados do Ideb permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb – para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil – para os municípios.

Alunos da Escola Municipal Geraldo Castelo em momento de descontração. Alegria estampada no rosto de cada um. (Foto: Minamar Júnior)
Alunos da Escola Municipal Geraldo Castelo em momento de descontração. Alegria estampada no rosto de cada um. (Foto: Minamar Júnior)
Camila, de cabelo preso, quer ser professora de Matemática. Fernanda, de cabelo solto, sonha em ser advogada. (Foto: Minamar Júnior)
Camila, de cabelo preso, quer ser professora de Matemática. Fernanda, de cabelo solto, sonha em ser advogada. (Foto: Minamar Júnior)
Nos siga no Google Notícias