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Capital

Tombamento do Camelódromo vira motivo de polêmica

Mariana Lopes | 08/06/2012 21:10

Vereadores de Campo Grande aprovaram projeto que tomba o Camelódromo como Patrimônio Cultural e Natural do Município

Regiane da Costa está confiante de que agora o local é realmente dos camelôs (Foto: Minamar Júnior)
Regiane da Costa está confiante de que agora o local é realmente dos camelôs (Foto: Minamar Júnior)

No dia 5 de junho, os vereadores de Campo Grande aprovaram o projeto que tomba o Camelódromo como Patrimônio Cultural e Natural do Município. E enquanto os pequenos comerciantes comemoram, consumidores questionam a justificativa do tombamento.

“A pior coisa é viver com insegurança e o pessoal daqui estava angustiado por conta da situação de que o Camelódromo poderia ser transferido para outro local a qualquer momento”, conta a presidente da Associação do Camelódromo de Campo Grande, Linda Tufaile.

Segundo Linda, o projeto foi um apelo da categoria, que clamava por estabilidade. “O Camelódromo pode até ser um prédio novo na cidade, mas o camelô em si já tem histórico. E outra, se retirá-los daqui, vai gerar um problema social muito sério”, destaca a presidente.

A tranquilidade que agora reina no centro comercial está aliada à expectativa de melhorias que o tombamento pode trazer. “Tomara que o Camelódromo tenha dias de glória de novo, as benfeitorias servem inclusive para atrair os clientes”, destaca o camelô Juliano Tavares de Silva, que tem ponto desde a época de ambulantes na rua Barão do Rio Branco.

Os próprios camelôs já pensam em investir nos boxes do local. “Agora até dá para aumentar o mostruário, colocar uma fachada que chame mais atenção. Antes a gente tinha receio de gastar e acabar jogando dinheiro fora”, diz Regiane da Costa, proprietária de um ponto há dois anos.

Segurança é o principal fator para a comemoração, diz Linda(Foto: Minamar Júnior)
Segurança é o principal fator para a comemoração, diz Linda(Foto: Minamar Júnior)

Por outro lado, os consumidores acreditam que o apelo não é suficiente para tombar o Camelódromo como Patrimônio Cultural de Campo Grande. “Acho que tinha outros lugares mais relevantes e que trariam mais visibilidade turística para a cidade”, acredita a doutoranda Alessandra Antunes, 32 anos.

Já um funcionário público, que preferiu não se identificar, aposta em interesse pessoal e político por traz da aprovação na Câmara Municipal. “Em ano eleitoral, é suspeito. E outra, se tirassem os camelôs de lá, como eles iriam alugar os boxes? Fugiram da finalidade”.

O projeto de tombamento foi apresentado pelo vereador Paulo Siufi (PMDB), presidente da Câmara Municipal, que alega que o Centro Comercial Popular Marcelo Barbosa da Fonseca é uma referência para todos os munícipes, representados por mais de 400 trabalhadores que contribuem para o desenvolvimento da cidade.

Pelo Projeto, a fixação dos limites e das condições de preservação, valorização e revitalização da localidade sede e respectivo entorno será feita de acordo com estudos complementares a esta Lei, e estabelecidos por decreto do Poder Executivo.

Tombamento – O Poder Público considera o valor histórico, artístico, paisagístico, turístico, cultural ou científico de coisas ou locais que, por essa razão, devam ser preservados, de acordo com a inscrição em livro próprio.

Atualmente, sua efetivação, como forma de proteção ao patrimônio público está expressamente prevista na Constituição Federal, em art. 216, cujo § 1º - “O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de investimentos, registros vigilância, tombamento, desapropriação e de outras formas de acautelamento e preservação”.

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