ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Traficante monitorou assassinato pelo celular de dentro do presídio

Aline Queiroz | 05/04/2011 09:59

Vítimas ouviram preso mandar matar pelo “viva voz” do telefone

Rodrigo e Vanderson foram indiciados pelo homicídio e tentativa de homicídio. (Foto: João Garrigó)
Rodrigo e Vanderson foram indiciados pelo homicídio e tentativa de homicídio. (Foto: João Garrigó)

Pelo telefone, de dentro do Presídio de Segurança Máxima, Rodrigo Lima do Nascimento, 22 anos, monitorou a execução da ex-namorada, Dandara Silva Souza, 21 anos, e a tortura do namorado dela, André Duarte Pires, 22 anos, baleado na mão. As vítimas ouviram o traficante Rodrigo falar pelo telefone com o autor dos tiros, que deixou o celular no “viva voz” para que o casal ouvisse as ordens do mentor do crime, ocorrido dia 14 de fevereiro, em um matagal na saída para São Paulo, em Campo Grande.

De acordo com o delegado da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Bairro Piratininga, Devair Aparecido Francisco, o sobrevivente, André, conta que ouviu Rodrigo mandar atirar contra a mão dele.

Depois do tiro ele fugiu para o matagal e se escondeu em uma casa, de onde ouviu os seis tiros que acertaram Dandara. A moça morreu no local.

Um dos executores da ação foi preso durante as investigações. Vanderson Vieira de Souza, 23 anos, foi “contratado” para matar o casal.

Preso pelo crime, Vanderson confessa ter efetuado três tiros contra Dandara. A Polícia não identificou o homem que intermediou as negociações entre Rodrigo e Vanderson.

Hoje de manhã a Polícia apresentou o resultado das investigações. Dois retratos falados de suspeitos de envolvimento neste crime foram divulgados.

Os retratos falados são dos bandidos que seguiram de uma casa na Vila Nhanhá em um veículo Corsa com as vítimas. O casal foi atraído ao bairro por um autor identificado apenas como Ricardo.

No dia do crime, a Polícia apontou a existência de um terceiro baleado. No entanto, esta suposta vítima não foi localizada nas investigações e, por este motivo, acredita-se que seja o Ricardo e este teria saído ileso.

Tráfico - As primeiras investigações indicavam que havia ocorrido um crime passional, já que Dandara namorava André e fazia visitas no presídio a Rodrigo.

No entanto, o inquérito revela que o tráfico motivou o crime. Pelas investigações, Dandara apresentou os dois e era o elo entre o detento e os traficantes que ficavam fora do presídio.

André devia uma porção de aproximadamente um quilo de cocaína ao traficante, que decidiu cobrar com a vida dos dois.

O delegado esclarece que Rodrigo comandava o tráfico de drogas mesmo preso, porém, não sabe desde quando as ações eram coordenadas por Rodrigo.

“As forças de segurança fazem de tudo para que os celulares não entrem no presídio mas, infelizmente, acontece”, completa o delegado.

André era foragido por latrocínio e também acabou preso durante as investigações.

Nos siga no Google Notícias