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Capital

UEMS terá aulas com metodologia nova e salas com menos alunos

Ricardo Campos Jr. | 06/03/2015 17:50
Ednéia (esquerda) e Magali (direita) estão à frente do curso de medicina da UEMS (Foto: Alcides Neto)
Ednéia (esquerda) e Magali (direita) estão à frente do curso de medicina da UEMS (Foto: Alcides Neto)

Com as aulas previstas para começarem na segunda-feira (9), o recém-criado curso de medicina da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) desponta com uma metodologia moldada segundo diretrizes aprovadas pelo Governo Federal em 2014, enquanto as demais instituições terão dois anos para se adequar. A meta é formar um profissional humanizado. Para isso, os estudantes terão contato com as comunidades em bairros de Campo Grande desde o primeiro ano por meio de parceria com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) em sete UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família).

Ednéia Cerchiari é coordenadora interina da graduação. Ela é psicóloga com doutorado em ciências médicas e servidora da UEMS desde 1994. Quando o curso começou a ser idealizado, não havia profissional da área na instituição e ela ajudou a formulá-lo até que as contratações dos docentes fossem feitas. Por isso, deve passar o bastão para a médica cirurgiã doutora pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Magali Sanches Machado, tão logo o governador Reinaldo Azambuja aprove a alteração.

As duas explicaram ao Campo Grande News que as aulas terão formato diferente das tradicionais. A turma será dividida em pequenos grupos e cada um deles terá um professor tutor. Os estudantes só vão estar todos juntos durante conferências temáticas, que poderão ser ministradas por docentes de outras instituições brasileiras convidados para tal fim.

“Não é um estudo segmentado. Das faculdades públicas de medicina a UEMS é a primeira a fazer isso. O curso foi customizado conforme as diretrizes. Nós estamos dando forma a ele desde o dia 19 de janeiro. Estamos todos muito envolvidos”, diz Ednéia.

O prédio da instituição, que deve ficar pronto no segundo semestre deste ano, foi planejado para esse tipo de processo ensino-aprendizagem, com várias salas pequenas com uma mesa cercada por várias cadeiras onde serão feitas as discussões. Mas, até a inauguração, as aulas serão na Faculdade Estácio de Sá, que firmou parceria com o governo para receber os alunos de medicina da UEMS.

As UBFs que receberão os estudantes são as dos bairros Vila Carvalho, São Conrado, Macaúbas, Botafogo, Parque do Sol, Jardim Antártica e Aero Rancho. Em cada um desses lugares, um funcionário da unidade servirá como preceptor. O trabalho será supervisionado por um dos professores e coordenado pelo responsável por um dos módulos temáticos que serão trabalhados no decorrer do ano.

“Eles vão mapear aquela localidade e lidar com as pessoas não só na unidade, mas em outros locais. Haverá a inserção dos alunos na sociedade. Eles deverão fazer a promoção da saúde nessas regiões e ficarão nas unidades durante quatro anos. Queremos que o médico formado pela UEMS consiga trabalhar com o outro”, explica Magali.

Outra novidade é que a equipe docente não tem apenas médicos, mas enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, biólogos e fonoaudiólogos. O objetivo é que o formado saiba trabalhar em equipe multidisciplinar.

Também uma exclusividade da graduação, segundo Magali e Ednéia, o estudante terá aulas de libras durante quatro anos, enquanto geralmente nas outras instituições o curso dessa linguagem dura por vezes um semestre apenas.

Reitor da UEMS diz que nota de corte do curso de medicina foi uma surpresa (Foto: Alcides Neto)
Reitor da UEMS diz que nota de corte do curso de medicina foi uma surpresa (Foto: Alcides Neto)

Sucesso – O reitor da UEMS, Fábio Edir dos Santos Costa, ficou surpreso com a procura que a graduação teve no Sisu (Sistema de Seleção Unificado). Segundo ele, a nota de corte de medicina foi a maior da região Centro-Oeste. No estado, geralmente a UFMS ficava na frente.

“Estamos com um curso bastante adequado. Foi um curso altamente divulgado, a proposta do curso foi amplamente difundida. Nós vamos querer saber dos estudantes [quando começarem a estudar] por que escolheram a UEMS”, relata.

Professores que darão aula para o 1º ano de medicina da UEMS (Foto: Alcides Neto)
Professores que darão aula para o 1º ano de medicina da UEMS (Foto: Alcides Neto)
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