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Capital

Um ano após segurança morrer em semáforo, família cobra julgamento

Aliny Mary Dias | 22/05/2013 09:38
A esposa do segurança morto em frente ao semáforo onde o marido morreu. (Foto: João Garrigó)
A esposa do segurança morto em frente ao semáforo onde o marido morreu. (Foto: João Garrigó)

O acidente de trânsito que matou o segurança David Del Vale Antunes completa um ano este mês, no dia 31 de maio, mas até agora não houve julgamento do motorista Richard Ildivan Gomide Lima, de 21 anos.

Indignada com a demora do processo, a esposa do segurança, Lays Mariane de Oliveira, de 24 anos, pretende fazer uma passeata para marcar um ano da morte do marido e cobrar justiça.

“É como se fosse um descaso com a morte do meu marido. Vai fazer um ano do acidente e nenhuma audiência aconteceu, eles só marcaram a primeira para o ano que vem. As portas continuam abertas para que outras pessoas sofram o que eu estou sofrendo”, conta Lays.

A caminhada deve ocorrer às 11 horas do dia 31 deste mês, está programada para começar em frente ao Miça Bar, na avenida Afonso Pena, onde David trabalhava, indo até o semáforo que fica em frente ao Shopping Campo Grande, local do acidente.

“Queremos o apoio de toda a população para que a morte do meu marido não seja esquecida e que o motorista pague pelo que ele fez”, afirma a esposa do segurança.

Conforme o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), dois processos, um da área cível e outro da criminal, apuram o acidente ocorrido na madrugada do dia 31 de maio de 2012, na avenida Afonso Pena em frente ao Shopping Campo Grande.

Imagens do radar instalado no semáforo mostraram que David estava parado no sinal vermelho quando o carro dirigido por Richard atingiu a moto do segurança. David morreu na hora e exames comprovaram que Richard estava bêbado.

O primeiro processo foi recebido pela Justiça no dia 6 de junho de 2012 e o primeiro depoimento de Richard no tribunal ocorreu no dia 13 de agosto.

Em agosto do ano passado, a esposa de David entrou na Justiça com um segundo processo de indenização por dano material e moral. A última movimentação no caso ocorreu na segunda-feira (20) quando a audiência de julgamento foi marcada pela 8ª Vara Cível para 23 de janeiro do ano que vem.

A esposa do segurança conta que a demora seria justificável se o motorista não tivesse sido identificado logo após o acidente. “Quando precisa juntar provas para ver o que aconteceu a gente até entende, mas nesse caso não precisa de mais nada. Tem imagens que mostram o motorista furando o sinal e atropelando meu marido”, conta Lays.

Richard foi solto em novembro do ano passado após a decisão do desembargador Dorival Moreira dos Santos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), que aceitou o pedido de habeas corpus da defesa.

Segundo um dos advogados de Richard, Elias Pereira de Souza, o motorista responde o processo em liberdade, mas cumpre medidas restritivas impostas pela Justiça. Richard não pode sair da cidade, deve se apresentar todo mês no Tribunal e não pode dirigir.

Vida Nova - Sem esperanças de que o responsável pela morte do marido fosse julgado rapidamente, a esposa de David teve que se recuperar da perda e reerguer a vida.

O filho do casal, que hoje tem 2 anos, passa os dias sendo cuidado pelos avós, já que a Lays trabalha no período da tarde e noite e neste ano começou a cursar Direito incentivada pela demora da Justiça no julgamento de Richard.

“Eu sempre quis fazer alguma coisa ligada à Medicina, mas depois de tudo que aconteceu resolvi fazer Direito para entender os pontos de escape da lei”, afirma.

As perguntas do filho sobre o pai ainda comovem a família que espera na Justiça para que a morte do segurança não fique impune.

“A minha vida está desse jeito por um irresponsável e pelo descaso da lei em um julgamento que já poderia ter acontecido”, completa a viúva.

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