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Capital

Uso de orelhões cai 96%, mas usuário quer telefone para urgência

Filipe Prado | 21/08/2014 16:53
Uso dos orelhões caiu 96% nos últimos seis anos (Foto: Marcelo Victor)
Uso dos orelhões caiu 96% nos últimos seis anos (Foto: Marcelo Victor)

Há alguns anos, usar o orelhão era comum para a população campo-grandense. Era até ostentação ter um cartão com várias unidades e ficar horas “pendurado” no telefone. Agora, com a popularização dos celulares e aplicativos de mensagem, apenas 4% dos 3.328 mil telefones públicos de Campo Grande geram receita para o próprio custo de manutenção.

Este orelhão, como conhecemos, com cabine oval, gerando uma boa acústica, foi criado pela arquiteta Chu Ming em 1970. A partir disso a invenção do orelhão rodou o mundo e chegou até o Brasil, no Rio de Janeiro e São Paulo, mas ainda eram utilizadas fichas para realizar uma ligação. O orelhão de cartão chegou ao Brasil somente em 1992 e seis anos depois em Mato Grosso do Sul.

No Estado ainda existes 10.740 telefones públicos, que não são difíceis de encontrar pelas ruas. Na Capital, a maioria é encontrado em lugares “estratégicos”, onde antes existiam pontos de vendas de cartões. Itens considerados raros hoje em dia.

De acordo com a OI, entre 2007 e 2013, houve queda de aproximadamente 41%, ao ano, no consumo de créditos em orelhões, representando uma redução de 96% nos seis últimos anos, ou seja, o consumo do ano de 2013 representa apenas 4% do consumo realizado no ano de 2007.

Atualmente, cerca de 35% dos orelhões são utilizados por menos de um minutos pelos campo-grandenses. Como o caso do pedreiro Rafael Silva de Oliveira, 26 anos. Que há poucos dias precisou comprar um cartão de orelhão para utilizar o telefone. “A bateria do celular acabou e não consegui carregar. Então usei o orelhão”.

Ele acha que os orelhões acabaram ficando inúteis para a população, mas admitiu que não acha que devem ser retirados das ruas da Capital. “Às vezes, em emergências, nós precisamos”, afirmou o pedreiro.

A enfermeira Liane Fernandes, 26, reconheceu que raramente utiliza os orelhões, mas também assegurou que eles ainda têm alguma utilidade para a população. “Sempre na emergência nós podemos usar”.

Mas salientou que, por conta da tecnologia dos celulares, está cada vez mais difícil utilizarem. “Olhe lá, por que muitas pessoas carregaram aquelas baterias reservas”, revelou a enfermeira.

Rafael precisou utilizar o orelhão há poucos dias, então defende que ele não deva ser retirado (Foto: Marcelo Victor)
Rafael precisou utilizar o orelhão há poucos dias, então defende que ele não deva ser retirado (Foto: Marcelo Victor)

Mas por conta do desuso dos telefones públicos, eles acabaram sendo depredados pela população. Nos sete primeiros meses de 2014, foram danificados por atos de vandalismo, em média, 1,6% orelhões. Com isso muitos deixaram de funcionar.

“Eu não uso orelhão, mas é bom tê-los por perto. O ruim é que a maioria não funciona”, lamentou o produtor Marcos Paulo Guedes, 22.

Por conta do vandalismo, a OI, empresa responsável pelas manutenções, administra um depósito, conhecido como "cemitério de orelhões", onde os telefones são colocados para serem restaurados e depois instalados novamente nas ruas da Capital.

Para quem não tem outra alternativa e precisa usar o orelhão, em Campo Grande ainda há pontos para a venda dos cartões. O Campo Grande News percorreu alguns antigos locais de venda mais não conseguiu encontrar cartões.

Conforme a OI, os cartões custam de R$ 2,50, com 20 unidades, até R$ 7,50, com 60, e são vendidos nas lojas da operadora.

Cemitário abriga orelhões para serem restaurados (Foto: Marcelo Victor)
Cemitário abriga orelhões para serem restaurados (Foto: Marcelo Victor)
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