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Capital

Vazios urbanos de Campo Grande e planejamento são temas de palestra

Nyelder Rodrigues | 21/10/2016 22:06
Palestra falou sobre tema importante no planejamento da cidade, os vazios urbanos (Foto: Divulgação)
Palestra falou sobre tema importante no planejamento da cidade, os vazios urbanos (Foto: Divulgação)

Os vazios urbanos de Campo Grande foram abordados durante uma palestra do arquiteto Ângelo Arruda para os técnicos da empresa Águas Guariroba na tarde desta sexta-feira (21) na Capital, mostrando a importância de se entender a situação dentro do planejamento urbano, incluindo serviços de água e esgoto, prestados pela Águas Guariroba.

Professor e coordenador do projeto Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o arquiteto encampou estudo complexo sobre tais vazios urbanos em Campo Grande.

De acordo com o pesquisador, a Capital ocupa atualmente uma área de 359 km² de perímetro urbano, segundo Arruda, que pode ser comparado ao da cidade de São Paulo. Entretanto, a capital paulista possui possui densidade populacional de 7.398,26 habitantes por km², enquanto em Campo Grande o número é de 97,22 por km².

"Mais ou menos 25% do perímetro urbano não tem ninguém morando em cima", afirma o arquiteto, que completa. "É o deserto do Saara urbano". Ele também diz que atualmente existe o conceito de cidades compactas, sendo o ideal de ocupação hoje de 250 a 330 pessoas por hectare. Campo Grande tem 21 habitantes por hectare e corre o risco de "espalhar" ainda mais.

Vazios são problemas - O ar interiorano que tais vazios, de certa proporcionam, são considerados um problema por urbanistas, que impacta, inclusive, na economia local, inviabilizando negócios que poderiam gerar emprego e renda, como restaurantes, padarias e supermercados, já que são estabelcimentos que só se mantêm onde há público consumidor.

Além disso, o mapa dos vazios acaba se equiparando também ao da exclusão social. Com pontos de ocupação cada vez mais distantes, o investimento em obras de infraestrutura e serviços públicos torna-se mais caro e, assim, mais escassos.

Entretanto, Arruda apontou que o ponto positivo do excesso de espaço que já está disponível na Capital é poder planejar o futuro, ocupando os vazios com empreendimentos que beneficiem a população sem precisar expandir o perímetro urbano atual.

"Quando pensamos nessa pesquisa eu tinha certeza que não ficaria restrito ao interesse acadêmico. A finalidade deste trabalho é, principalmente, conhecer a nossa cidade. Isso possibilita aos gestores e concessionários entender melhor este entorno para prestar um serviço de mais qualidade à comunidade", destaca o arquiteto.

Para o presidente da Águas Guariroba, José João Fonseca, que assistiu à palestra, a concessionária de serviços de água e esgoto tem o interesse em trabalhar de forma conjunta com a universidade para entender a relação entre os vazios urbanos e o planejamento dos serviços de saneamento básico da Capital.

"Este assunto é de muito interesse nosso, daqui já surgiram várias ideias. Temos uma base dados que está totalmente à disposição e podemos cooperar para avançar neste estudo", frisa Fonseca.

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