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Capital

Veículos com mesma placa vão para concessionária e furto é descoberto

Nadyenka Castro | 11/08/2011 10:35

Caminhonetes apresentaram defeitos e foram para o conserto no mesmo período. Funcionário desconfiou e acionou a Polícia

Caminhonete com parachoque na cor preta. (Foto: Nadyenka Castro)
Caminhonete com parachoque na cor preta. (Foto: Nadyenka Castro)
Veículo 'irmão' tem parachoque na cor prata. Este foi furtado em Goiânia. (Foto: Nadyenka Castro)
Veículo 'irmão' tem parachoque na cor prata. Este foi furtado em Goiânia. (Foto: Nadyenka Castro)

Duas caminhonetes com as mesmas placas, cor, ano e modelo, foram parar no mesmo período em uma concessionária de Campo Grande com problemas mecânicos. Um funcionário desconfiou da ‘coincidência’ e acionou a Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos), que constatou que uma delas era furtada.

Uma moradora da Capital, de 55 anos, levou sua caminhonete Actyon para conserto na concessionária no fim do mês passado. Dias depois chegou o veículo quase idêntico e com a mesma placa: NWR-9800, Rio Verde, Goiás.

Este, de acordo com o delegado Cláudio Martins, pertence a um morador de Goiás que esteve em Mato Grosso do Sul no mês passado. O veículo estragou quando ele estava em Maracaju. O proprietário então levou o carro para conserto na concessionária localizada na Vila Progresso.

Um funcionário da empresa desconfiou da situação e acionou a Defurv na última terça-feira. Os policiais constataram que a caminhonete que pertence a mulher que mora em Campo Grande havia sido furtada em Goiânia em 30 de agosto do ano passado.

Segundo o delegado, a mulher contou que foi o marido, um produtor rural, quem comprou o carro há aproximadamente 50 dias, de um advogado, no município de Sinop, Mato Grosso.

As duas caminhonetes estão apreendidas e serão periciadas. As diferenças entre elas é que a furtada tem o parachoque na cor prata e outra na cor preta, sendo que esta última está com as letras e números das placas mais apagados.

Este é o primeiro caso registrado na Defurv em que dois veículos iguais vão parar em concessionária, no mesmo período, e é descoberto que um deles é produto de crime. Segundo Cláudio, a caminhonete, zero quilômetro, é avaliada em R$ 85 mil.

Investigação - O delegado Cláudio Martins diz que a dona do veículo furtado poderia ter sido presa e autuada em flagrante pelos crimes de receptação, falsificação de documento, falsidade ideológica, uso de documento falso e adulteração de sinal de veículo automotor, cuja pena máxima pode chegar a 25 anos de prisão.

No entanto, explica Cláudio, o delegado deve ter o discernimento para analisar caso a caso as situações. Neste das caminhonetes, foi verificado que a mulher agiu de boa fé.

Segundo ele, se o responsável pelo carro fosse morador de outro estado e estivesse ‘passando’ por Mato Grosso do Sul, poderia ser preso pois é uma situação suspeita, já que aqui é corredor de entrada para a Bolívia e Paraguai, países que ‘recebem’ produtos de roubo e furto.

Agora, a Defurv investiga o envolvimento de mais pessoas no caso. Quem produziu os documentos falsos, quem furtou o veículo e quem vendeu.

Orientação- Conforme o delegado, ladrões e receptadores de veículos produtos de crimes agora estão clonando placas. De acordo com Cláudio Martins, a ‘moda’ é utilizar números, letras, município, estado, de um carro legal em outro de mesmo modelo que está em situação ilegal.

Com isso, em caso de fiscalização, a Polícia irá verificar, pela placa, que não consta restrições em relação ao veículo. Só será constatado furto ou roubo se o policial confrontar informações dos documentos com o número do chassi.

Para evitar ser vítima de uma situação como esta, a Defurv orienta que, antes de comprar um veículo usado, o interessado verifique as informações constantes nos documentos, realize vistorias em empresas credenciadas e, se ainda houver dúvida, procure a Polícia.

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