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Capital

Venda de álcool a menores, que agora pode gerar multa, é rotina nas ruas

Mariana Lopes | 26/03/2012 21:40

“A mulher nem perguntou minha idade”, conta adolescente de 14 anos, que a reportagem flagrou comprando bebida

Adolescente sai da conveniência com a lata de cerveja na mão (Fotos: Marlon Ganassin)
Adolescente sai da conveniência com a lata de cerveja na mão (Fotos: Marlon Ganassin)

Mesmo com a lei sancionada na manhã desta segunda-feira (26), proibindo a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, em uma volta por conveniências de Campo Grande, a reportagem do Campo Grande News flagou um adolescente de 14 anos comprando cerveja.

O garoto disse que o difícil foi apenas conseguir trocar a nota de R$ 20 que tinha no bolso. “A mulher nem perguntou minha idade”, conta o adolescente. Ele disse que antes de conseguir comprar a lata de cerveja na conveniência, localizada na avenida Florestal, no Coophatrabalho, tinha passado por outros dois estabelecimentos, no mesmo bairro, mas não conseguiu comprar.

“Nos outros os venderores nem pediram meus documentos, já falaram que não vendiam bebida alcoólica para menor de idade”, relata. Ele conta ainda, que em um dos lugares que passou, tentou convercer o funcionário. “Acho que ele só não vendeu porque a conveniência tinha câmera”, acredita.

Olhômetro – Em outra conveniência na avenida Eduardo Elias Zahran, mesmo com a placa informando a proibição da venda, o gerente, Miguel de Paula, diz que mesmo assim às vezes precisa pedir documento do cliente. “Eles tentam, mas quando a gente suspeita que é menor de idade, daí o caixa pede a identidade”, explica.

Mesmo com aviso de proibição, muitos menores de idade tentam comprar bebidas alcoólicas
Mesmo com aviso de proibição, muitos menores de idade tentam comprar bebidas alcoólicas

Mas não são todos que precisam comprovar que tem mais do que 18 anos. Na maioria das vezes, a avaliação fica por conta do “olhômetro”, que estima a idade de quem vai comprar a bebida alcoólica.

Já em uma conveniência na rua José Antônia, apesar do movimento diário, não há nenhum aviso que conste a proibição. “É uma falha”, diz Flávio Carvalho, proprietário do estabelecimento. Apesar do relapso, ele garante que os funcionários são bem orientados a não venderem.

Mas nem sempre o estabelecimento consegue cumprir a lei. “Acontece muito de chegar aqui grupos de adolescentes e um ser maior de idade. Ele compra e distribui para o resto. O que vamos fazer?”, diz Flávio.

Abrasel – Para o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) de Mato Grosso do Sul, Rúbio Sérgio Almeida de Moraes, a multa é positiva, pois obriga os proprietários dos estabelecimentos a cumprirem a lei.

Com 122 associados em Mato Grosso do Sul, Rúbio diz que nunca teve prolemas em relação à venda de bebidas alcóolicas a menores de idade. “A lei é pública e notória, tem que haver bom senso dos estabelecimentos. Se é proibido, então não deve ser vendido”, pontua.

Lei – Embora a proibição já exista no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a lei sancionada hoje pelo governador André Puccinelli (PMDB) estabelece multa de até R$ 8 mil ao comerciante de bebida que descumprir a determinação.

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