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Capital

Veranico faz consumo de água chegar a 216 milhões de litros por dia

Aline dos Santos e Michel Faustino | 03/09/2014 11:08
Maria é empregada doméstica há 10 anos e leva medidas de economia para o trabalho, como trocar a mangueira pela vassoura. (Foto: Marcos Ermínio)
Maria é empregada doméstica há 10 anos e leva medidas de economia para o trabalho, como trocar a mangueira pela vassoura. (Foto: Marcos Ermínio)

Temperaturas beirando os 40ºC em pleno Inverno fez o consumo de água aumentar em 8% ao dia e chegar a 216 milhões de litros em Campo Grande. E enquanto a concessionária do serviço descarta risco de desabastecimento, os moradores mudam hábitos, trocam a mangueira pela vassoura e ficam em alerta com o drama do vizinho São Paulo.

Há cinco anos morando em Campo Grande, a universitária Mota Nunes, 34 anos, trouxe do Sergipe a consciência de evitar qualquer desperdício. “Lá, tinha que ir nos tanques buscar água. Se secava, tinha que ir mais longe. Aqui, você liga a torneira e tem água. Água é sagrada”, afirma.

Na manhã desta terça-feira, ela usou a vassoura para limpa a calçada da igreja São Leopoldo Mandic, no bairro Maria Aparecida Pedrossian, onde faz trabalho voluntário. “Sou bem enjoada com isso. Uso a água que lavou a roupa para limpar o quintal”, diz.

Empregada doméstica há dez anos, Maria Fantin, 54 anos, conta que o hábito de usar o mínimo possível de água arrança elogios dos patrões. “Em toda casa que eu trabalho, falam que sou muito econômica”. A água só entra em campo para tirar a poeira. “E bem rapidinho”.

A preocupação com a finitude da água veio após saber que no futuro, uma pessoa poderá dispor de no máximo dois litros do líquido para limpar toda a casa. A situação de São Paulo, que enfrenta racionamento, preocupa o produtor rural Ernani Nery, 49 anos. “Na minha casa, o consumo é mínimo: cinco, seis metros cúbicos”, conta.

O uso racional veio após morar 13 anos no Japão. “Você aprende a viver com pouco espaço e pouca água”, diz o morador do bairro Cidade Jardim. . As plantas por exemplo, são molhadas com balde.

Lucimar conta que calçada só é limpa com água duas vezes por semana. (Foto: Marcos Ermínio)
Lucimar conta que calçada só é limpa com água duas vezes por semana. (Foto: Marcos Ermínio)

Quem é visto limpando calçada com a mangueira faz logo questão de se explicar. “Só usa duas vezes por semana”, diz a auxiliar de cozinha Lucimar Machado de Arruda, 26 anos.

O calor em números – No mês de agosto, o consumo registrado pela empresa Águas Guariroba foi de 216,044 milhões de litros por dia. Total 8% maior do que no mês de julho, quando o consumo diário foi de 199,410 milhões de litros.

De acordo com o presidente da empresa, José João Fonseca, Campo Grande tem um sistema moderno para monitorar os 105 reservatórios e a produção é aproximadamente 35% acima da demanda, em torno de 200 milhões de litros por dia.

Fonseca afirma que Campo Grande faz parte de um grupo de capitais que não sofrem com a escassez de água, mesmo com a estiagem prolongada. “ Campo Grande pertence ao seleto grupo de capitais que podem se orgulhar em não sofrer com a falta de abastecimento”, disse. Segundo ele, das 27 capitais brasileiras, 19 registram problemas com o abastecimento.

Ainda de acordo com ele, só falta água em casos de problemas pontuais, quando o sistema de distribuição necessita ser “desligado” temporariamente em decorrência das manutenções que são feitas periodicamente.

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