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Capital

Violência deixa moradores da região do Parque Lageado amedrontados

Fernando da Mata | 06/01/2012 14:49

Dados da Polícia Militar mostram que, em 2011, seis pessoas foram assassinadas na região. Em 2010, foram cinco homicídios.

Rua Evelina Selingardi, a principal do bairro (Foto: Simão Nogueira)
Rua Evelina Selingardi, a principal do bairro (Foto: Simão Nogueira)

Os moradores dos bairros Dom Antônio Barbosa, Parque Lageado, Parque do Sol e Jardim Colorado sentem medo por conta da violência. Dados da Polícia Militar mostram que, em 2011, seis pessoas foram assassinadas na região. Em 2010, foram cinco homicídios.

Em compensação, o número de roubos registrados pela PM diminuiu drasticamente na comparação dos dois anos, de 35 para sete. Os crimes relacionados com o tráfico de drogas caíram de 11 (2010) para quatro (2011).

O comandante do policiamento na região do Anhanduizinho, capitão da PM Edilson José de Oliveira Ramos, destacou que alguns dos índices de criminalidade diminuíram na região por conta do aumento do policiamento ostensivo e de projetos sociais que funcionam no bairro.

“Só houve aumento em dezembro”, pontuou o capitão da PM, sobre as duas mortes violentas e as várias tentativas de homicídio no mês.

Além disso, Ramos afirmou que os crimes violentos estão diretamente relacionados às pessoas envolvidas com uso e venda de drogas. “Também há um número grande de adolescentes nas ruas sem ter o que fazer”, disse o comandante, elencando o outro problema da região.

Quem tem a mesma opinião é o pintor Adonias Rodrigues, 45 anos, morador do Parque do Sol há 15 anos. “Deveria ter algo no bairro para ocupar a cabeça dos jovens”. Sobre a violência, Rodrigues satiriza. “Lá pra cima, se alguém estiver distribuindo ouro não dá para ir buscar”, brincou apontando na direção do Dom Antônio.

O pintor afirmou que o bairro é bom para morar, mas lamentou a proximidade com o Lixão, Presídio Federal e estação de tratamento de esgoto. “Só mandam coisa ruim para cá”.

Moradora do Jardim Colorado há 22 anos, a costureira Florinda Velasquez Cabreira, 52 anos, disse que nunca foi vítima de crime, mas sente medo. “Medo eu tenho, porque é perigoso e eu não tenho parente aqui para me socorrer. Eu me preocupo principalmente com meus filhos, porque eles são tudo para mim”, enfatizou a costureira.

Quem compartilha o sentimento de medo também é a comerciante Ilda Ramos de Almeida, 49 anos, que tem uma lanchonete no Lageado. “A gente trabalha e quer ficar com a lanchonete aberta até mais tarde para vender mais, só que acontecem coisas desagradáveis na rua e a gente acaba fechando mais cedo”, relatou a comerciante.

Para a comerciante Launice Pereira da Silva, 45 anos, o bairro é “violentíssimo”. “Já mexeram na porta do meu estabelecimento, mas não chegaram a entrar. Mas na terça-feira, deram seis tiros na esquina da minha casa e meu marido entrou apavorado em casa”, contou Launice.

Sobre as confusões violentas na região, a dona de casa Luciana Brito, 32 anos, moradora do Parque do Sol, é enfática. “Só acontece com quem procura. É só não sair de casa fora de horário.”

A equipe de reportagem do Campo Grande News tentou conversar com alguns moradores do Dom Antônio Barbosa sobre a violência no bairro, mas ninguém quis falar sobre o assunto por medo.

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