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Capital

Violência faz projeto de lei tornar obrigatório psicólogos nas escolas

Zana Zaidan | 17/10/2013 16:12

Um projeto de lei quer tornar obrigatória a presença de psicólogos em unidades de educação básica da Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande. A necessidade vem em meio ao fraco desempenho escolar dos alunos, com inúmeros casos de repetência e evasão escolar, apontado durante audiência pública na tarde de hoje (17) na Camâra de Vereadores para discutir a implantação do projeto.

A vereadora Carla Stephanini (PMDB), autora do projeto, defende que o suporte psicológico pode minimizar o problema. Um dos motivos apontados para o fraco desempenho é a indisciplina dos alunos, que tem como resultado casos freqüentes de desacato a professores, bullying ou brigas e ameaças entre os estudantes. Só de janeiro a 3 de outubro deste ano, por exemplo, 215 casos de violência em colégios foram registrados na DEAIJ (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) e até a morte de uma estudante de 15 anos, em setembro, foi um dos episódios registrados.

Vereadora quer que presença de psicólogos nas escolas vire lei em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Vereadora quer que presença de psicólogos nas escolas vire lei em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)

Para o Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul, os mil psicólogos que têm licença para atuar em Campo Grande não só dariam conta de atender as 96 escolas municipais, como militam para que o projeto seja aprovado. “O psicólogo tem um olhar diferenciado para o aluno, família, professor e a escola como um todo. Temos condições de trabalhar com questões emocionais e desenvolver, junto com os professores, técnicas educativas que aproximem à realidade do aluno a da sociedade o que, a longo prazo, pode melhorar a educação”, acredita a vice-presidente do Conselho, Beatriz Xavier Flandoli.

O major da Polícia Militar, Juracy Pereira da Paz, afirma que, hoje, as ocorrências de violência em escolas é generalizada, e são atendidas tanto nas periferias, como nas escolas do centro da cidade, além das particulares. "É uma questão grave e que não vai se resolver do dia para a noite. Mas a questão da responsabilidade e consciência dos alunos precisa ser trabalhada, e com a orientação psicológica, isso pode melhorar a curto prazo".

PM reforça que os profissionais podem contribuir para diminuir os índices de violência nas escolas (Foto: Marcos Ermínio)
PM reforça que os profissionais podem contribuir para diminuir os índices de violência nas escolas (Foto: Marcos Ermínio)

Outra justificativa do projeto é a nova realidade das crianças e adolescentes, que crescem com internet, celulares e computadores. Diante de tanta tecnologia, a lousa pode parecer pouco atrativa. “A união psicólogo-professor permite desenvolver novos métodos para estimular o aluno a estudar”, explica a psicóloga Marilda Gonçalves Dias Facci, que é presidente da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional e veio de Maringá (PR) para reforçar os benefícios da integração da psicologia nas escolas.

Obstáculos - Quanto às dificuldades que o projeto poderia enfrentar para que o Executivo sancione a lei, a vereadora aponta a folha de pagamento dos funcionários, já inflada no orçamento pelo outros funcionários da educação municipal. “Ainda assim, não considero um problema. É um investimento na educação”, comenta.

O presidente do sindicato que representa os professores de Campo Grande, Geraldo Gonçalves, também é a favor do projeto, e acredita que a contratação dos psicólogos não vai pesar no orçamento do município. “Vai contribuir com educação de qualidade. Cabe a administração municipal definir como poderia ser implantado, mas é importante assegurar os psicólogos nas escolas”, defende.

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