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Capital

Vítima de golpe de garagem de veículos briga para ter o nome limpo novamente

Paula Vitorino | 03/07/2012 09:27
Garagem na Afonso Pena já mudou de nome e cliente continua tentando limpar o seu. (Foto: Pedro Peralta)
Garagem na Afonso Pena já mudou de nome e cliente continua tentando limpar o seu. (Foto: Pedro Peralta)

Há quase dois anos, o desenhista Francisco Carlos de Godói, de 47 anos, briga na Justiça para reaver seu veículo e ter o nome novamente limpo. Ele foi vítima de estelionato na revendedora de carros Delkar, que hoje atende pelo nome de KBC, no mesmo endereço, avenida Afonso Pena.

Francisco comprou um veículo Scenic, de cor preta, em outubro de 2010 na revendedora, pelo preço de R$ 19 mil, com entrada de R$ 7 mil e o resto parcelado. Cinco meses depois, precisou vender o carro e deixou na mesma “garagem” para a venda.

“No mesmo dia que deixei o carro, o rapaz que se dizia sócio da revendedora ligou para minha esposa e disse que queria comprar. Eles se conhecem há mais de 25 anos e ela acabou acreditando nele, fechando contrato na mesma hora”, diz.

A proposta do suporto sócio, de nome João Carlos Leguizamon, oferecia R$ 7 mil pelo carro, parcelados em sete meses, além de assumir as parcelas restantes do financiamento, no valor total de cerca de R$ 15 mil.

Na base da confiança, João Carlos prometeu que logo após fechar o contrato iria transferir o financiamento para seu nome. Mas não foi o que aconteceu.

Do montante da dívida, ele pagou apenas cerca de R$ 3 mil, não transferiu o financiamento para o seu nome e sumiu.

“Eles sumiram e a dívida no banco só ia crescendo no meu nome. Entrei na Justiça, mas diziam que o carro não estava mais com eles”, diz.

Cerca de três meses depois, Francisco conta que encontrou, por acaso, o veículo estacionado no Mercadão Municipal. Com a chave reserva, ele pegou o carro e levou até a Delegacia, mas acabou descobrindo que o veículo já tinha sido vendido para outra pessoa e quase terminou preso por furto.

O carro foi devolvido para o “novo dono”, apesar da dívida no financiamento e na documentação.

Francisco nunca mais encontrou o carro. Hoje, a dívida com o financiamento já passa dos R$ 17 mil. A próxima audiência do processo está marcada para o próximo dia 12. “Estamos esperando que o juiz determine mandado de apreensão pro veículo, mas nem sei mais onde ele está”, acredita.

Mais casos - A empresa, com o nome de Delkar, aparece com 11 denúncias no Procon/MS. Já na Justiça, a reportagem encontrou outros processos contra a empresa ou em nome de João Carlos e Carlos Gilberto Katsuyosi Arakaki, que aparece como um dos proprietários.

Em setembro do ano passado, a revendedora foi condenada a pagar indenização de R$ 21.200 mil para uma mulher vítima de estelionato. Mas mesmo com a sentença, o advogado da vítima, Humberto Rodrigues, diz que a vítima não conseguiu receber o dinheiro porque os responsáveis pela empresa “sumiram” e não possuem bens em seus nomes.

A ação também foi movida contra João Carlos, que comprou o Fiat Pálio da mulher, com a mesma promessa: assumir o financiamento do veículo, cerca de R$ 20 mil parcelados em 43 vezes.

As parcelas nunca foram pagas e ele também não transferiu o financiamento para seu nome. O juiz chegou a determinar reintegração de posse, mas o carro nunca foi encontrado.

A reportagem do Campo Grande News foi até a revendedora, localizada na avenida Afonso Pena – em frente a Fiems. Um homem, que se identificou como João Carlos da Silva Pereira disse ser o gerente do local, e negou ter envolvido com os processos de estelionato.

Ele também afirmou que a Delkar não funciona mais no local. No entanto, a reportagem apurou que a garagem continua funcionando normalmente no mesmo local, mas sem placa, e utilizando o nome de NBC.

Em contato com um dos advogados da empresa, que não quis ter o nome divulgado, ele afirmou que o carro será devolvido ao Francisco em acordo durante a próxima audiência.

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