ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Morte de técnico, que era contra reagir em assalto, causa comoção em bairro

Ricardo Campos Jr. | 27/02/2015 16:29
Conhecido pela generosidade, velório de Batista ficou lotado (Foto: Alcides Neto)
Conhecido pela generosidade, velório de Batista ficou lotado (Foto: Alcides Neto)

O latrocínio (roubo seguido de morte) do técnico de enfermagem Claudecir Batista Oliveira, o Batista, 39 anos, ocorrido ontem à noite, chocou e causou comoção nos moradores do Jardim Oliveira, em Campo Grande. A família contesta a versão de que ele foi morto ao reagir a um assalto. “O Batista era uma pessoa muito tranquila, sempre orientava a não reagir em caso de assalto”, contou a cunhada, a fiscal de caixa Carla Sebastiana Amarilha, 43 anos.

A vítima era casada e pai de três filhos, sendo duas meninas, de 10 e 13 anos, e o caçula de apenas 2 anos. Evangélico, frequentava a igreja O Senhor é nossa justiça, localizada na região em que morava. Membros da comunidade fizeram orações e cantaram hinos durante o velório, realizado na Pax Real, na Avenida Bandeirantes.

Para o cunhado de Batista, Walter Edson Amarilha, 41 anos, o técnico de enfermagem vai deixar boas lembranças por ser um homem trabalhador, carismático, carinhoso com os filhos, com a família e conhecido no bairro por sempre ajudar as pessoas. “Ele não sabia dizer não”, relata.

Na profissão, já trabalhou no Hospital Geral do Exército e no Hospital do Câncer. Ultimamente trabalhava com home care. Conforme a família, ele saiu do serviço às 18h e passou no mercado, onde comprou frutas, salgadinho para as crianças e comida congelada. Quando foi baleado, esperando ônibus para ir para casa, segurava as sacolas. Amarilha também não acredita que a vítima tenha reagido. “Ele era uma pessoa muito calma e tranquila”.

Colega de igreja da vítima lamenta perda (Foto: Alcides Neto)
Colega de igreja da vítima lamenta perda (Foto: Alcides Neto)

Segundo Carla Sebastiana, a esposa de Batista estranhou a demora dele quando notou que já passavam das 19h30. Ela ligou para ele, mas quem atendeu foi o delegado que estava cuidando do caso. “Ele disse, seu marido foi assassinado. Na hora ela perdeu o chão”, relata a cunhada.

Em seguida, como estava na frente dos filhos, reuniu forças, colocou as crianças no carro e as levou para a casa da avó. No local, pediu que os irmãos fossem reunidos. “Nós achamos que era trote”, diz Carla Sebastiana. Em seguida, a mulher foi até o local e chegou a tempo de ver o corpo do homem com quem estava casada há 12 anos.

“Só tinha qualidades. É uma perda inestimável, não só como irmão da igreja, mas como cidadão. Estava trazendo o pão de cada dia para sua família quando a vida dele foi ceifada”, disse Nader Abder Ali Algal, 50 anos, gerente de cobranças e colega de igreja da vítima.

Nos siga no Google Notícias