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Capital

Vizinhos de suposto ‘matador’ optam por silêncio; quem fala, está surpreso

Moradores dizem nunca ter visto tanta polícia no bairro, mas tentam não mudar rotina

Anahi Zurutuza e Christiane Reis | 18/11/2016 20:17
Rua onde ‘Nando’ morava, no bairro Danúbio Azul; vizinhos preferem o recolhimento e o silêncio (Foto: Alcides Neto)
Rua onde ‘Nando’ morava, no bairro Danúbio Azul; vizinhos preferem o recolhimento e o silêncio (Foto: Alcides Neto)

A rua no Danúbio Azul – no leste de Campo Grande – onde Luiz Alves Martins, o “Nando”, de 49 anos, morava até ser pego pela polícia suspeito de, além de chefiar um esquema de tráfico de drogas e exploração sexual, matar e enterrar no bairro ao menos três pessoas é tranquila, quase não tem movimento. No fim da tarde desta sexta-feira (18), vizinhos estavam recolhidos, mas garantiram que a rotina é essa. Mas, quem vive na região afirma que nunca viu tantas equipes da polícia circulando por lá.

“Minha vida está do mesmo jeito. A única coisa que mudou é que a polícia está direto aqui, passa toda hora, à noite”, afirma uma moradora, que não quis revelar o nome.

Embora digam que não tiveram de alterar os hábitos, muita gente evita conversar com a reportagem. Os que falam dizem estar surpresos com a notícia de que “Nando” supostamente é um assassino em série que faz parte de uma quadrilha.

“Fiquei sabendo no dia que levaram ele. Era um rapaz aparentemente tranquilo, eu não imaginava que ele faria essas coisas”, afirmou outro morador, que também pediu para ter a identidade preservada.

Outro rapaz que topou dar entrevista mantendo o nome em sigilo tem parentes no bairro e diz que conhecia “Nando” de vista. “Foi uma surpresa para a gente, ninguém imaginava uma coisa dessas por aqui”.

Aviso pintado na fachada da casa de Luiz Alves, apontado como líder de quadrilha (Foto: Alcides Neto)
Aviso pintado na fachada da casa de Luiz Alves, apontado como líder de quadrilha (Foto: Alcides Neto)

Não perturbe – Luiz Alves Martins aparentemente não queria ser incomodado. Na fachada de casa, ele pintou os dizeres: “Não está a venda. Eu, Nando, comprei do Marcos”.

Vizinhos não sabem o porquê do aviso.

‘Cemitério’ – Na tarde de hoje, a Polícia Civil encontrou mais duas ossadas humanas no local onde seria o cemitério de uma quadrilha de traficantes. Já são três mortos achados pela polícia em menos de 24 horas, mas nenhum deles foi identificado.

Os ossos seriam de vítimas de um esquema envolvendo tráfico de drogas e exploração sexual de dependentes químicos, desmontado ela polícia na semana passada. Na manhã desta quinta-feira (17), a polícia já havia encontrado uma ossada que aparentemente é de um homem de 35 anos.

No total, dez pessoas vítimas do esquema, entre jovens e adolescentes, estão desaparecidas, segundo as investigações.

Conforme informações apuradas pelo Campo Grande News, as ossadas encontradas hoje são de dois homens. Foi “Nando”, apontado como chefe da quadrilha, quem indicou à polícia o local das covas.

Os corpos foram enterrados de cabeça para baixo.

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