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Capital

Após meses com medo da chuva, vizinhos de cratera sonham com boa noite de sono

Paula Maciulevicius | 16/01/2012 19:31

Moradores têm a esperança de poder dormir tranquilamente durante uma noite de tempestade depois de meses do pesadelo de conviver com cratera

Cratera começou a se abrir e tornar um grande problema em 2010, desde então o sono de quem tem como vizinho um buracão daqueles, nunca mais foi o mesmo. (Foto: Simão Nogueira)
Cratera começou a se abrir e tornar um grande problema em 2010, desde então o sono de quem tem como vizinho um buracão daqueles, nunca mais foi o mesmo. (Foto: Simão Nogueira)

“Não é boa não, é ótima notícia”. A resposta é de “seo” José Moreira Neto, 65 anos, sobre a antecipação de R$ 1,4 milhão do governo federal para as obras na cratera do bairro Nova Lima. Um simpático aposentado que já passou noites e noites em claro durante a chuva, com medo de ter a casa levada pelo buraco.

Vizinho da cratera, ele e as duas irmãs, Ivone e Madalena Moreira já tiveram o drama de viver com receio da chuva retratado em matérias do Campo Grande News. Hoje, a conversa era outra, da esperança de poder dormir tranquilamente durante uma noite de tempestade e de quebra, depois da obra pronta, fazer um churrasco em cima do buraco para comemorar. “Vamos fazer e chamar vocês”, brincou Madalena.

A cratera começou a se abrir e tornar um grande problema em 2010, desde então o sono de quem tem como vizinho um buracão daqueles, nunca mais foi o mesmo.

Após várias noites mal dormidas, moradora espera poder aproveitar chuva sem medo. (Foto: Simão Nogueira)
Após várias noites mal dormidas, moradora espera poder aproveitar chuva sem medo. (Foto: Simão Nogueira)

“Chegamos a alugar casa, mudamos metade das coisas, mesmo, mas com 25 anos só se for obrigado. Tanto apuro que nós passamos, só acontecia de madrugada, eu levantava, olhava pra cima e pra baixo o buraco não ia atravessar para dentro do quintal, não foi fácil”, relembra Ivone Moreira.

Em novembro do ano passado o buraco foi aterrado numa ação emergencial e a Defesa Civil passou a monitorar o avanço da erosão no local. A tranquilidade veio e continuou mesmo depois de fortes chuvas já neste ano. “Agora estava melhor já, eu não preciso levantar de noite do jeito que estava antes”, comenta Ivone.

Morando há 22 anos na região que de uns tempos para cá virou ponto de referência, lateral do buracão, Fernando Bezerra da Silva, 47 anos, diz que agora “bota fé” de que o problema vai ser solucionado de uma vez por todas.

“Veio chuva atrás de chuva fazendo regaço, dessa vez tão mexendo forte, pelo menos está caminhando mais rápido”, conta.

Vizinho da cratera agora diz que “bota fé” no começo da obra. (Foto: Simão Nogueira)
Vizinho da cratera agora diz que “bota fé” no começo da obra. (Foto: Simão Nogueira)

A casa em que ele mora com a família fica na rua Sebastião Pereira Borges e desde o aumento na cratera, coincidência ou não, ficou abalada. Rachaduras dentro e fora da casa são visíveis de longe e o receio de que o pior acontecesse também.

“Teve noite que não dormi, o buraco chegou perto daí e a Defesa Civil avisou, se passar dessa fita, vocês vão ter que sair, graças a Deus não foi preciso, mas agora resolve, agora vai”, finaliza.

Verba - Em portaria publicada hoje no Diário Oficial da União, o Ministério da Integração vai antecipar R$ 1,4 milhão para Campo Grande, em virtude da “urgência na execução das ações”.

O repasse das demais parcelas está condicionado à aprovação do plano de trabalho apresentado pela prefeitura de Campo Grande. De acordo com o secretário de obras, João Antônio De Marco, o recurso de R$ 1,4 milhão vai dar largada à obra. “Uma obra desse tipo começa com drenagem, canalização, substituição de solo”, explica.

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