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Capital

Zona rural abandonada: morador paga para manter rua e não ficar no escuro

Aliny Mary Dias | 18/01/2014 12:35
Moradores compram cascalho e pagam máquinas para manter estrada vicinal (Foto: Cleber Gellio)
Moradores compram cascalho e pagam máquinas para manter estrada vicinal (Foto: Cleber Gellio)

O período de chuvas fortes tem trazido problemas para várias regiões da cidade. De norte a sul, há quem reclame sobre alagamentos, inundações, buracos nas ruas, crateras e enxurradas. Mas mesmo quem vive fora da área urbana e experimenta a calma da zona rural tem reclamações e até tira dinheiro do próprio bolso para manter as vias públicas.

Em um dos locais, próximo macroanel rodoviário e de uma fábrica de refrigerantes, as chácaras mostram uma realidade diferente da cidade. O ar é puro, as casas são simples, porém com acabamento bem feito, e muitos cultivam frutas, hortas e criam bois e cavalos.

Mas nem tudo é perfeito. A principal reclamação dos moradores é com relação a situação das estradas vicinais. Rosane Barros tem 49 anos e há 10 vive no local batizado de Morada do Sol. O problema é tão grande quando chove que no fim do ano passado ela ficou ilhada dentro de casa.

“Tem muita enxurrada e muitos buracos. A situação é bem complicada mesmo, já fiquei uma semana ilhada porque nem caminhonete passava. Não é fácil”, conta.

Rosane faz vaquinha para pagar manutenção (Foto: Cleber Gellio)
Rosane faz vaquinha para pagar manutenção (Foto: Cleber Gellio)
Buracos e crateras abrem em ruas e iluminação pública não funciona em alguns locais (Foto: Cleber Gellio)
Buracos e crateras abrem em ruas e iluminação pública não funciona em alguns locais (Foto: Cleber Gellio)

Apesar de afastada do centro, a manutenção da área rural também é de responsabilidade da Prefeitura de Campo Grande. No entanto, maquinários e pessoal da administração nunca foram vistos no local.

“A gente já ligou, pediu para virem aqui, mas ninguém dá atenção. Resolvemos fazer uma vaquinha e cascalhar as ruas por conta própria”, diz Rosane.

A única alternativa encontrada pelos vizinhos é solução para a situação vista em vários pontos da região. Várias estradas vicinais com buracos, crateras e atoleiros precisam de atenção do poder público.

Raíra Raíssa Ribeiro, 23, mora há 7 meses com a família na zona rural e conta que a primeira chuva assustou os moradores. “Isso aqui virou um rio e a gente ficou bastante preocupado. Já pensamos em chamar a prefeitura para dar um jeito”.

Lixo e recipientes que acumulam água são frequentes
Lixo e recipientes que acumulam água são frequentes

Além da situação das estradas, a iluminação pública é motivo de reclamação. Em algumas ruas as luzes ficam ligadas 24 horas e em outras a escuridão é de afugentar qualquer um. “Esse poste nunca acendeu, a gente instalou um refletor aqui para iluminar um pouco”, explica Raíra.
Dengue - Em tempos de chuva frequente, a preocupação com a infestação da dengue cresce. E na região, lixos e recipientes que acumulam água se espalham nas vias.

Os moradores afirmam que agentes de saúde ou equipes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) nunca foram vistos na região.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura sobre as ações na zona rural, mas ainda não houve retorno.

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