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Cidades

Centro-oeste alavanca no desenvolvimento e é comparado a novo Sudeste

Paula Vitorino | 30/10/2011 09:22

Pesquisa revela que em 2009 a região teve progressão para uma distribuição parecida com a encontrada no Sudeste, que concentra 86% municípios com Índice alto ou moderado de desenvolvimento. Agronegócio é principal fator de crescimento

Soja, principal riqueza e paisagem do Centro Oeste. (Foto: João Garrigó)
Soja, principal riqueza e paisagem do Centro Oeste. (Foto: João Garrigó)

Ascensão de cerca de 84% dos municípios do Centro-Oeste coloca a região no patamar de desenvolvimento dos grandes centros, sendo considerado como um “novo Sudeste”. O crescimento foi registrado de 2006, quando apenas 50% das cidades tinham desenvolvimento alto ou moderado, para 2009, de acordo com o IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal).

A pesquisa revela que a região teve progressão no período para uma distribuição parecida com a encontrada no Sudeste, que concentra 86% municípios com Índice alto ou moderado.

O estudo foi divulgado na última semana pela Firjan para a imprensa (a divulgação só foi autorizada neste domingo) e considera três áreas de desenvolvimento: Emprego & Renda, Educação e Saúde. Os dados revelam a evolução dos 5.564 municípios do Brasil, com base nas informações declaradas pelo Governo Federal.

As cidades são classificadas, de acordo com as áreas analisadas, em alto (0,8 – 1,0), moderado (0,6 – 0,8), regular (0,4 – 0,6) ou baixo (0 – 0,4) desenvolvimento.

Os resultados mostram que desde 2000 o Centro-Oeste vem se destacando e aumentando o desenvolvimento, passando de uma área majoritariamente amarela –regular desenvolvimento – para azul – moderado desenvolvimento.

Em 2009, todos estados da região apresentaram crescimento de seu IFDM na comparação com 2008: o Distrito Federal avançou 0,9%, Goiás, 1,7%, Mato Grosso, 0,6% e Mato Grosso do Sul, 1,2%. O crescimento aparece em contraste com o leve recuo de 0,6% registrado pelo índice nacional.

No grupo dos 500 maiores IFDMs do Brasil, o Centro-Oeste conta com 6,5% dos municípios – 465. O Centro-Oeste ainda apresenta 11 municípios classificados com alto Índice, contra apenas sete em 2007.

A cidade de Lucas de Rio Verde, em Mato Grosso, aparece na oitava posição entre as cidades com maior IFDM do país. Ela é a única representante no top 10 nacional, sendo as demais posições ocupadas por cidades paulistas.

Agricultura mecanizada abriu as fronteiras do Centro Oeste. (Foto: Reprodução)
Agricultura mecanizada abriu as fronteiras do Centro Oeste. (Foto: Reprodução)

Alavancas - A principal alavanca para a região foi o agronegócio, que ajudou no crescimento principalmente dos municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, segundo o gerente de estudos econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.

O MT é considerado o maior produtor de soja e algodão do Brasil de 2010, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

“O agronegócio tem bases positivas para toda a população, refletindo diretamente na economia. O Centro-Oeste é um exemplo disso”, frisa o gerente.

Entre as vertentes analisadas, a Educação foi o principal responsável pelos avanços na região frente a 2008, tendo crescido 4,3% no Distrito Federal, 3,3% em Goiás, 3,2% em Mato Grosso do Sul e 4,8% em Mato Grosso.

Todos os estados da região, incluindo o Distrito Federal, ainda obtiveram alto índice de desenvolvimento no fator Saúde, considerando questões básicas e de competência dos municípios, como quantidade de atendimentos de consultas de pré-natal.

O fator avançou 1,6% no Distrito Federal, 0,8% em Goiás, 0,3% no Mato Grosso do Sul e 1,1% no Mato Grosso.

Já o IFDM Emprego&Renda apresentou índice variado: quedas no Distrito Federal (-4,4%) e no Mato Grosso (-5,0%), leve alta em Goiás (+0,8%) e estável em Mato Grosso do Sul (0,0%).

Na classificação nacional do IFDM, Distrito Federal ocupa a sétima posição com 0,7609, Goiás ocupa a nona posição com 0,7368, seguido de Mato Grosso Sul com 0,7256 e Mato Grosso com 0,7131.

Desenvolvimento Brasil - O IFDM em todo o país caiu em 2009 para 0,7603, recuo de 0,6% em relação a 2008 – 0,7649. Desde 2000, é a primeira vez que a pesquisa registra queda no IFDM. Em 2007 foi registrado 0,7478 e em 2000 o Índice foi de 0,5954.

Os municípios de alto desenvolvimento também caíram em 2009 para 235, contra 269 em 2008.

O levantamento mostra que o fator Emprego & Renda foi decisivo para a queda em 2009, refletindo o impacto da crise mundial. O fator teve recuo de 5,2% e foi sentido principalmente nos grandes mercados do país: das 50 cidades, 37 tiveram queda no desenvolvimento.

Em compensação, os fatores saúde e educação tiveram aumento de 3,6% e 0,9% respectivamente.

Mas apesar da queda no Índice, o estudo mostra que mais de 90% dos municípios aumentou o desenvolvimento na última década, melhorando as condições principalmente das cidades do Norte e Nordeste. Mas ainda assim os dados mostram o Brasil dividido na parte norte, menos desenvolvida, e sul, com alto crescimento.

Pesquisa - O IFDM é desenvolvido pela Firjan e apresenta anualmente os dados oficiais com base nas três áreas de desenvolvido, com os dados oficiais fornecidos pelo Governo Federal e prefeituras.

A pesquisa começou em 2008, comparando os anos de 2005 e 2000, e permite analisar a melhora ocorrida nas cidades a cada ano. A defasagem temporal dos dados é atualmente de dois anos, sendo o estudo mais recente de 2009 e divulgado na última semana.

Na área de Emprego & Renda, o foco é no mercado formal de trabalho, não considerando a informalidade como dados de desenvolvimento - geração de emprego e remuneração média. Na educação, são analisados dados do ensino fundamental e educação infantil, além da qualidade da educação – matrícula, distorção idadesérie, horas aula diárias e resultado do IDEB.

Já na saúde, o foco é na atenção básica, no primeiro nível de contato da sociedade com o sistema de saúde – consultas pré-natal, óbitos por causas mal-definidas e infantis por causas evitáveis.

A pesquisa completa pode ser conferida no site: http://www.firjan.org.br

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