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Cidades

"Chuchos" e desordem na Unei Dom Bosco seriam mitos

Redação | 31/08/2010 10:19

O Sindsad-MS (Sindicato dos Trabalhadores e Servidores da Administração) realizou reunião com os agentes sócio educadores na Unei, que está instalada na antiga Colônia Penal Agrícola, na manhã de hoje. Eles alegam que a situação ficou insustentável e acreditam que os adolescentes irão realizar motim com consequências graves.

Em pente fino realizado ontem, os servidores dizem que foram encontrados cerca de 30 chuchos, facas artesanais, escondidos com os garotos. O material foi apresentado por representantes do sindicato nesta terça-feira.

O material usado veio dos beliches e vergalhões de ferro que estavam nas paredes.

Funcionários e policiais militares que não quiseram se identificar também confirmam que os meninos quebraram três celas e estão confinados, sem liberação para aulas e banho de sol.

Os adolescentes arrancaram as portas e destruíram a pintura e o reboco das paredes.

Desde a transferência dos meninos, no início de agosto, teriam sido 60 "chuchos" apreendidos. Recentemente, decisão do Ministério Público Estadual suspendeu o uso da tonfa, espécie de cassetete, que era usado pelos agentes sócio-educativos.

Quando chegaram, no dia 2 de agosto, foram distribuídos em 8 celas. Na semana passada, quebraram três celas e ficaram confinados em apenas cinco, ou seja, dezesseis garotos por cela.

Eles também estão trancados, sem realizar as atividades como aulas, oficinas e sem banho de sol. A razão é a falta de segurança e o baixo efetivo de agentes, impossibilitando a segurança. "Como o agente pode manter a segurança dele e dos outros menores? Como vai cuidar de dez homens, sozinho, e sem nenhuma proteção?", questiona a presidente do Sindsad, Lílian Fernandes.

Durante a reunião dos agentes, os menores gritavam e quebravam coisas dentro da cela. "A função aqui é de agente sócio educador, mas eles agem como agentes carcerários. E sem nenhuma segurança ou adicional por conta disso", ressalta Lílian.

Outros funcionários do local, que não quiseram se identificar, denunciam que a "reforma" promovida pela Sejusp no local foi apenas "festim". Teria sido uma leve pintura.

A superlotação também está evidente, o que deixa o clima mais perigoso. Além de ficarem confinados, vários internos fazem partes de gangues e grupos rivais e já ameaçaram vinganças. "Além de brigar entre eles, os menores ameaçaram estuprar funcionárias", conta a presidente do sindicato.

Normal - O superintendente de Assistência Socioeducativa, coronel PM Hilton Villasanti, minimiza as denúncias e a situação na Unei. "Eu estive lá no domingo, conversei com os meninos. Eles ficaram soltos e não promoveram nenhuma desordem", explica.

Vilassanti também não acredita no "quebra-quebra" e que não viu nada disso durante sua visita, no domingo. "Eu acho estranho essa postura deles (dos agentes). Talvez seja pelo momento eleitoral em que passamos. Motivos políticos", diz. Vilassanti acredita que os agentes estão criando mitos e "pintando uma versão que não existe".

Perguntado se poderia levar a reportagem do Campo Grande News para verificar a situação do pavilhão 1, o coronel foi enfático. "Tenho mais coisa para fazer. Não posso perder meu tempo com visitas".

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