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Cidades

Cido é condenado a 26 anos pela morte do menino Dudu

Redação | 31/03/2010 16:04

O aposentado José Aparecido Bispo da Silva, o Cido, 51 anos, foi condenado, nesta tarde, à pena de 26 anos de reclusão, pelo assassinato do menino Luiz Eduardo Gonçalves, que desapareceu no final de 2007 e, segundo as investigações, foi torturado e morto por Cido e mais quatro pessoas e ainda teve o corpo retalhado, incendiado e usado em ritual de magia negra.

Os jurados considerados consideram Cido culpado de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima por ter sido pega de supresa) e dos crimes de ocultação e destruição de cadáver. Ao definir a sentença, o juiz Alusío Pereira estabeleceu 24 anos de pena pelo homicídio e 2 anos pela destruição e ocultação de cadáver.

O Conselho de Sentença ficou reunido por uma 1 hora para responder aos 11 quesitos relacionados a participação de Cido no crime.

Antes, os jurados passaram pela leitura de partes dos autos, pelo interrogatório de Cido, que durou apenas 16 minutos, pela exposição da acusação e da defesa. Na acusação, foram exibidos videos com reportagens sobre o desaparecimento do menino, além da urna com os fragmentos de ossos, cerca de 700, que seriam de Dudu.

Com a condenação, os pais do menino, Roberto Gonçalves e Eliane Martins, que morou com Cido por 8 anos, esperam agora poder sepultar os restos mortais levados ao plenário como sendo de Dudu. Eles estavam no plenário e deram um abraço emocionado ao ser divulgada a sentença.

O júri - Durante todo o julgamento, defesa e acusação usaram argumentos totalmente opostos ao falar do fato de não ter sido possível comprovar cientificamente se são de Dudu os ossos encontrados em um terreno próximo ao museu José Antônio Pereira.

O advogado da defesa, José Roberto da Rosa, alegou que como não há comprovação científica da identificação dos ossos, não há corpo e portando não haveria crime a ser punido.

O promotor responsável pela acusação, Douglas Santos, declarou, ao contrário, que o estado do restos mortais, que garante serem de Dudu, são uma prova incontestável da "bestialidade" do crime, expressão usada diversas vezes por ele no plenário.

Ao fazer a réplica às afirmações da defesa durante a amanhã que colocam em dúvida as provas apresentadas, o promotor procurou desconstruir a estratégia do advogado de plantar a dúvida entre os jurados.

Segundo ele, os testemunhos dados durante o processo, todos de vizinhos a Cido e ao menino, fecham um quebra-cabeças que levam ao ex-padrastro como mentor e participante do crime. O motivo seria a vingança contra a mãe do menino, por não aceitar reatar o relacionamento.

O promotor apresentou ao Conselho de Sentença, formado por 3 homens e 4 mulheres, as fotos dos fragmentos de ossos encontrados. Entre elas, um que se parece com um úmero, osso do braço. "Isso é pra provar que não são ossos de cachorro", afirmou, contrapondo a declaração do advogado de que poderiam ser restos de um animal.

O advogado insistiu na tese de que não há corpo e citou aos jurados o Caso Nardoni, afirmando que eles poderiam estar impregnados pela condenação, na semana passada, do casal pela morte da menina Isabella.

Rosa afirmou ainda que seu cliente está sendo considero culpado por ser "negro e pobre", lembrou que ele não tem antecendentes e que vive em um casebre, com uma aposentadoria de R$ 400,00.

"Na dúvida, não condenem", chegou a dizer aos jurados, que após toda a argumentação, se reuniu e definiu pela culpa do acusado. Cido já está preso desde fevereiro do ano passado, no Instituto Penal de Campo Grande.

O caso ainda tem mais um réu para ser julgado, Holly Lee de Souza, de 22 anos, que junto com outros 3 adolescentes, teria recebido dinheiro para matar o garoto. Cada um ganhou R$ 100, segundo os autos.

Holly Lee também seria julgado hoje, mas a defesa alegou insanidade, o juiz rejeitou e o caso aguarda a decisão sobre um recurso no Tribunal de Justiça.

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