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Cidades

Citados por participar de golpes dizem que são vítimas

Redação | 17/03/2009 07:55

O acusado de dar o golpe da casa própria em Campo Grande, preso no fim de semana, em depoimento saiu disparando contra políticos e policiais que, segundo ele, também estão envolvidos no esquema.

A história foi contada por Ademar Pereira Mariano pela primeira vez no momento da prisão e foi gravada. Ademar conta que foi contratado pelo deputado federal Vander Loubet para prejudicar o senador Delcídio Amaral, ambos do PT, mas que atualmente estão em grupos opostos na disputa pela direção regional do partido.

O golpista confesso não poupa nem a delegada de Crimes Fazendários, Rosely Molina, responsável pelo caso. Ele acusa a policial de receber propina para não investigar outros envolvidos na venda de privilégios spessoas interessadas em conseguir um imóvel da Agehab (Agência Estadual de Habitação).

Ontem uma coletiva chegou a ser convocada para detalhes sobre a prisão e as informações repassadas pelo acusado, mas o encontro com jornalistas foi desmarcado. Ademar passou a tarde em depoimento na Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Fazendários)

Outra pessoa citada é a assessora de gabinete da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), Kátia Miranda. Ontem, em entrevista ao Campo Grande News ela garantiu que foi vítima de Ademar. "Eu que procurei a delegada para denunciar ele", afirmou.

Na versão de Kátia, ela recebeu a oferta dele para, em troca de uma quantia em dinheiro, "furar a fila" e conseguir uma casa da Agehab, mas ela garante que sequer fechou o "negócio".

A assessoria do senador Delcídio confirmou que em novembro do ano passado recebeu denúncia de que alguém estaria usando o nome do senador para prometer casas populares a cadastrados na Agehab. Imediatamente, providencias teriam sido exigidas ao governo estadual.

O senador convocou uma coletiva de imprensa às 10 horas, para anunciar providências que está tomando em relação ao assunto.

Já deputado federal Vander Loubet refuta qualquer ligação nesse tipo de manobra, diz que é um parlamentar de esquerda e por isso jamais atuaria em distribuição de casas. A informação foi repassada pelo advogado Valeriano Fontoura, que já entrou no caso.

Preso - Ademar foi preso em Terenos, por usar documentação falsa. Ele acabou confessando que tinha mandando de prisão em aberto devido ao golpe, por isso tentava ocultar seu verdadeiro nome.

A estimativa é de que mais de 100 pessoas tenha perdido dinheiro para os golpistas

Os estelionatários se passavam por funcionários da Agehab e ofereciam facilidades para a aquisição da casa própria em um condomínio popular. Pessoas que tentaram comprar casas no bairro Santa Luzia foram as primeiras vítimas, dando início às investigações.

Conforme os golpistas, as chaves e as escrituras das casas seriam liberadas imediatamente após o pagamento de uma taxa, que chegava a R$ 6 mil. A pessoa pagava e só então descobria o golpe.

Nos cálculos da delegada Molina, os estelionatários lucraram cerca de R$ 700 mil cobrando taxas para a aquisição de uma casa popular.

Em janeiro, quando as denúncias se avolumaram, a polícia localizou um escritório clandestino, no bairro Taveirópolis, que era utilizado pelo grupo.

Na ocasião, foram apontados os nomes de outros três envolvidos: Valdemar Soares dos Santos, Claudevan Araújo Machado e Valter Gauma.

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