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Cidades

Com prédios "desabando", policiais civis cobram reforma de delegacias

Nadyenka Castro e Viviane Oliveira | 04/07/2013 17:32
No teto, buracos em vez de forro de isopor deixam fios à mostra. (Foto: Marcos Ermínio)
No teto, buracos em vez de forro de isopor deixam fios à mostra. (Foto: Marcos Ermínio)
Sofá na recepção do prédio onde funcionam cinco delegacias de Polícia Civil. (Foto: Marcos Ermínio)
Sofá na recepção do prédio onde funcionam cinco delegacias de Polícia Civil. (Foto: Marcos Ermínio)

“Eu estava limpando a parte da frente do prédio quando caiu um pedaço do teto. Por pouco não acertou a minha cabeça”, relata uma mulher de 47 anos que trabalha na limpeza do Cepol (Centro Especializado de Polícia),em Campo Grande, um dos diversos prédios da Polícia Civil, que está ‘desabando’.

O Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis em Mato Grosso do Sul), já denunciou o caos na estrutura de diversas delegacias à Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) e também à Assembleia Legislativa.

A serviços gerais trabalha há poucos meses no Cepol, mas, já coleciona histórias do resultado da estrutura precária do local. Precariedade que é testemunhada diariamente também por policiais e população que lá busca atendimento.

E, conforme o Sinpol, a situação é grave também no interior. Exemplos são as delegacias de Brasilândia, Itaquiraí e Paranaíba.

Campo Grande – “Água para tomar não tem, os policias tem que comprar”, conta, indignada, a trabalhadora que atua na limpeza do Cepol.

No prédio funcionam cinco delegacias: Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude; Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações; Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios; Delegacia Especializada de Ordem Política e Social e Delegacia Especializada de Polinter e Capturas.

E mesmo com tanta gente trabalhando, movimentação de presos, de gente que faz denúncias e que vai lá para prestar depoimentos, o que se vê no teto, nas paredes e no chão é de “dar medo”. Um deles é o que faz a serviços gerais olhar para cima a todo momento, depois que o teto quase caiu nela. “Vai que cai de novo e dessa vez me acerta”, teme.

Além de faltar água para beber, muitas vezes não há nem para os banheiros. “Às vezes fica até dois dias sem água no cano”, diz a trabalhadora, que acrescenta. “De quatro banheiros masculinos, só um sanitário funciona”.

Onde deveria haver tomadas, apenas fios. (Foto: Marcos Ermínio)
Onde deveria haver tomadas, apenas fios. (Foto: Marcos Ermínio)
Barras de ferro expostas na área externa do prédio do Cepol. (Foto: Marcos Ermínio)
Barras de ferro expostas na área externa do prédio do Cepol. (Foto: Marcos Ermínio)

Há quatro anos tendo como endereço de trabalho o Cepol, um policial civil é testemunha de mais absurdos no prédio. “Quando chove, molha mais dentro do que fora”.

O policial afirma ainda que não é apenas a precariedade no prédio que atrapalha o serviço. “Falta gente para trabalhar nas delegacias. Isso com certeza acaba prejudicando o nosso trabalho”.

Em alguns pontos do teto do Cepol, onde deveria haver forro de isopor há buracos. Tomadas estão sem proteção; cabos de redes foram instalados de maneira inadequada; faltam lâmpadas nos corredores e, as que tem, estão queimadas.

Paredes estão descascando e há rachaduras por conta da infiltração. Barras de ferro estão expostas na área externa do imóvel; o hidrante não tem mangueira e no prédio não há extintor de incêndio.

Interior- De acordo com relatos do Sinpol ao deputado estadual Pedro Kemp (PT), a delegacia de Polícia Civil de Brasilândia está com rachaduras nas paredes, forros e o telhado estão danificados e quando chove, o imóvel alaga.

As instalações hidráulicas e elétricas estão em péssimas condições. Nas celas não há ventilação, a iluminação é ruim, estão superlotadas e com mofo.

O cenário é parecido em Itaquiraí, com o agravante de que os sanitários não funcionam e as torneiras estão com vazamentos. O muro está com rachaduras e os detentos dormem no chão, em meio à sujeira, restos de marmitex e mofo.

Em Paranaíba, a delegacia tem problemas hidráulicos e elétricos “provocando verdadeiro caos nos banheiros”. Nas celas há problemas nas grades e nas fechaduras.

Diante da provocação do Sinpol à Assembleia, foram pedidos estudos à Secretaria de Justiça e Segurança Pública para viabilizar reformas em todos estes locais.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça e Segurança Pública e aguarda retorno.

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