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Cidades

Com suspeita de aborto, mãe espera atendimento há 2 dias

Redação | 25/03/2010 16:16

Edna Zeli Lessa espera por dois dias por uma consulta especializada na rede pública de saúde para uma suspeita de aborto espontâneo. Sangramentos e dores assustam a jovem mãe, que está apenas no segundo mês de gravidez. Revoltado, o marido, Isaías da Silva Faria, de 24 anos, procura por atendimento e espera por mais dignidade no atendimento.

Edna recebe soro no posto de saúde do bairro Tiradentes para ter forças para se dirigir sozinha à Maternidade Cândido Mariano, onde tentará passar pela primeira consulta especializada e por exames depois de dois dias de dores.

Na quarta-feira pela manhã o marido a levou pela primeira vez ao Posto do Tiradentes. Lá, o médico plantonista fez uma consulta rápida e marcou um novo horário com um ginecologista. "Perguntei para ele se era só isso. Então ele me falou que se ela tiver de perder o bebê, vai perder. Ele não podia fazer nada", se revolta Isaías.

Hoje cedo, Edna e o marido voltaram ao posto para a consulta com o ginecologista. Após longa espera, a notícia de que o médico havia faltado ao serviço. "Ela estava com muitas dores. Então os médicos decidiram colocar ela na enfermaria até que fique estabilizada", explica o marido.

O atendimento de saúde mais humano que Edna recebeu no posto partiu de uma médica que percebeu a gravidade do problema: suspeita de aborto. Ela pediu uma viatura do Samu para que a jovem mãe pudesse ser levada à Maternidade Cândido Mariano, mas a solicitação foi negada.

"Neste momento ela me falou que são essas coisas que desanimam os médicos que trabalham pelo SUS", lembrou Isaías.

O jeito, segundo ele, foi colocar Edna no seu próprio carro e tentar uma vaga na Maternidade. "Lá é referência. A médica mesmo falou para a gente bater o pé lá até ser atendido", revelou Isaías.

O casal ainda espera para se encaminhar à Maternidade Cândido Mariano. Para Isaías, a possibilidade de perder o filho assusta. "

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