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Cidades

Comitê lança "guerra" contra endemia de violência

Redação | 23/03/2009 15:26

O comitê montado através de parceria entre o MPE (Ministério Público Estadual) e instiuições vai desenvolver estratégias para combater a "endemia" de violência que se instalou na cidade, disse esta manhã ao Campo Grande News o coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Eduardo Cury. A intenção é promover uma mobilização social não só quanto à questão do trânsito, mas em relação à violência em geral.

O Samu atende hoje cerca de mil chamados ao dia, e os casos de violência respondem por cerca de 50% das ligações, número que triplicou nos últimos quatro anos, segundo Cury. Para ele, o problema deixou de ser uma preocupação apenas do governo e é necessária uma campanha que envolva toda a sociedade.

"Temos que tratar isso como uma guerra. Fazer como fizemos com a epidemia de dengue", compara, lembrando que para combater a doença foi conclamada toda população, o setor imobiliário e o próprio Judiciário.

Cury afirma que a violência tomou dimensões inaceitáveis e, por isso, serão traçadas estratégias para envolver a comunidade e preservar vidas. Ele explica que hoje existem ações voltadas a questões isoladas, citando, por exemplo, no trânsito e contra o uso de cerol, mas defende um trabalho coordenado contra a violência como um todo. "Há uma desobediência generalizada às regas, à Lei", afirma. Ele destaca que o problema não está restrito às classes mais empobrecidas.

Recentemente, por exemplo, o procurador Carlos Alberto Zeolla matou o próprio sobrinho, Cláudio Zeolla, devido a um desentendimento familiar.

Uma outra constatação que se tornou latente em Campo Grande é o aumento da violência decorrente da disputa de poder entre membros de gangues, geralmente adolescentes e jovens. Essa rivalidade tem deixado um rastro de sangue e sofrimento às famílias das vítimas. Nestes primeiros meses do ano ocorreram mortes em função destes confrontos no Jardim Canguru, Mário Covas, Vila Popular e no Jardim dos Estados, lados opostos da cidade.

Cury lembra que em muitos casos a violência está associada ao uso de drogas e de álcool, outro ponto a ser atacado na campanha. Recentemente uma jovem foi estuprada e morta a pedradas no conjunto Aero Rancho. O pano de fundo de tamanha violência foi o uso de crack.

O Comitê que discute as ações contra violência é integrado também por instituições como o Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal. Nesta terça-feira, às 8h30, haverá uma nova reunião no Ministério Público Estadual.

A partir das reuniões de trabalho, será definida a estratégia para buscar financiamento às campanhas e envolvimento da mídia. "O problema é o comportamento das pessoas e a sensação de impunidade. Hoje tudo se resolve na brutalidade", finaliza Cury.

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