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Cidades

Comitê quer detalhes e deve visitar fábrica para decidir sobre 'mosquito do bem'

Flávia Lima | 20/01/2016 12:53
Comitê ouve representante da Oxitec sobre tecnologia envolvendo Aedes transgênicos. (Foto:Fernando Antunes)
Comitê ouve representante da Oxitec sobre tecnologia envolvendo Aedes transgênicos. (Foto:Fernando Antunes)

Os técnicos que formam o comitê que implantou o projeto-piloto de combate à dengue em Mato Grosso do Sul pediu detalhes sobre a eficácia da tecnologia de combate ao Aedes aegypti, desenvolvida pela empresa inglesa Oxitec, que tem filial no interior paulista.

O método envolve o uso de mosquitos machos que tem a genética alterada em laboratório. A partir do momento em que cruzam com a fêmea selvagem, eles geram filhotes que morrem ainda no estágio de larva, ou seja, não chegam a fase adulta, freando a transmissão da dengue, zika e chikungunyua.

O gerente de negócios da Oxitec, Cláudio Fernandes, esteve na manhã desta quarta-feira (20) na Sala de Situação do governo do estado, responsável pelo monitoramento da epidemia nos municípios, para explicar os projetos que estão sendo desenvolvidos na Bahia e na cidade paulista de Piracicaba, que contratou a empresa.

Apesar de mostrar gráficos e estudos que apontam a redução em até 92% a infestação do mosquito nos locais que adotaram a tecnologia, os técnicos da Secretaria de Saúde do Estado preferem manter cautela quanto a adoção da técnica.

"Queremos mais dados de órgãos federais comprovando a eficiência e também vamos até a fábrica que produz os mosquitos transgênicos para conhecer ao vivo todo o processo. Nossa preocupação é saber se há impacto na natureza, já que o método consiste em inserir milhares de novos mosquitos no ecossistema", destaca o coordenador de vetores do Estado, Mauro Lucio Rosa.

Já a superintendente substituta da Vigilância em Saúde, Edna Salgado, diz que é essencial a aprovação da Anvisa ou algum outro órgão regulador para adotar o método, que por enquanto vem sendo utilizado como projeto teste nas cidades em que foi aplicado.

Cláudio Fernandes assegura que a empresa vem mantendo contato com a Anvisa, porém a informação é de que o órgão não decidiu se será o responsável pela aprovação final que irá permitir o uso comercial da tecnologia. "Pode ser que seja algum outro ministério, como o da Agricultura", ressaltou.

No entanto, ele diz que a a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, órgão ligado ao Ministério da Ciência, já aprovou a liberação comercial do mosquito transgênico para controlar a população do Aedes aegypti selvagem.

Quanto a eficácia do método, Cláudio ressalta que é preciso tomar apenas alguns cuidados para garantir que o mosquito transgênico morra durante a aplicação de fumacê. "Basta aplicar o inseticida em horários diferentes da soltura dos mosquitos no bairro", diz.

Com exceção do fato de produzir filhotes que não chegarão a vida adulta, o "Aedes do Bem" tem período de vida de cerca de quatro dias e características semelhantes ao Aedes selvagem, ou seja, também voa 150 metros de distância  a uma altura de até três metros. Assim como o selvagem, ele também não transmite a dengue, zika ou chikungunyha, já que a transmissão cabe apenas a fêmea.

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