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Cidades

Como Bom Pastor, Capital tem várias candidatas a corredor gastronômico

Ricardo Campos Jr. | 22/02/2015 08:50
Projeto piloto implantado no Vilas Boas pode ser expandido.  (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Projeto piloto implantado no Vilas Boas pode ser expandido. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Seguindo o exemplo do que ocorre com a rua Bom Pastor, Campo Grande tem várias vias com aglomerações de bares e restaurantes que são fortes candidatas a se tornarem os próximos corredores gastronômicos da cidade. O projeto para o bairro Vilas Boas, segundo a prefeitura, é apenas um piloto que, a partir de estudos, pode ser ampliado e implantado em outras regiões.

Márcia Rocha, consultora do Sebrae, explica que a Capital não só comporta como já tem outros pontos semelhantes surgindo em alguns bairros. Segundo ela, trata-se da “concentração de várias empresas do mesmo segmento, no caso, alimentação, com diversidade de produtos e serviços”.

O caso da Bom Pastor é único pela quantidade de estabelecimentos e por ter uma lei específica que a classifica como corredor, o que, de acordo com Márcia, abre margem para investimentos, melhorias urbanas e atrai outros empresários do ramo. Mesmo de menor porte, esses “pólos não oficiais” tendem ao crescimento, mas precisam ser bem trabalhados.

Carandá Bosque é opção - Márcia cita como exemplo a Vitório Zeola, no Carandá Bosque. “Ali tem uma concentração bem interessante. É um bairro nobre e você vê que os empreendimentos têm toda uma característica mais elaborada”, diz.

Nessa rua, entre o cruzamento com a Fortuna e a Usi Tomi é possível encontrar barzinhos, espetinhos, restaurante de sushi e a pizzaria do empresário Helio Lazzarini, 48 anos. “O público está muito bom. O meu segmento era delivery, mas o pessoal pediu para que eu atendesse no local. Já encomendei mesas e cadeiras que inclusive já estão vindo pela transportadora. Ali realmente tem potencial”, fala ao Campo Grande News.

Os restaurantes ficam próximos, mas não estão lado a lado como na Bom Pastor. Entretanto, a vantagem do local é que ainda tem muitos terrenos vazios e espaços a serem explorados. Lazzarini garante ter ouvido no bairro que algum investidor comprou um dos lotes para abrir uma franquia da Subway. “Estamos com ramos bem diversificados. Eu acho que ser competitivo e ter concorrência é saudável”, diz.

Apesar do grande fluxo de veículos, a rua Brilhante, na região sul de Campo Grande, também concentra uma boa quantidade de bares e restaurantes. Para Márcia, o movimento de automóveis é um grande empecilho para aplicar no local um projeto como o da Bom Pastor. O empresário Thiago Pereira de Andrade, 26, empresário, dono de um restaurante na via, concorda que o tráfego intenso prejudica um pouco os estabelecimentos, mas acredita que o lugar tem potencial.

“Ali é excelente e tem muito para crescer. Quando eu cheguei lá tinha uns três restaurantes. Hoje deve ter, no mínimo, uns dez e estão abrindo mais. Tem horários que o trânsito fica bem agitado. As pessoas reclamam da falta de faixa de pedestre e uma lombada, pois os carros passam em alta velocidade”, afirma.

Grande parte do público que frequenta os bares e restaurantes no local, segundo ele, mora na região, mas já há quem atravesse a cidade para ir até a brilhante. Para Thiago, a via já está ganhando fama. “São pessoas que escutam falar e vão. Ali sempre tem gente. A maioria dos estabelecimentos funciona até três, quatro horas da manhã. Parecem aqueles trailers de lanches da Afonso Pena. O movimento vai até tarde e pega o pessoal voltando da balada”, conta.

Assim como na Bom Pastor, na avaliação do empresário, a falta de lugares para deixar o carro é um grande entrave. Os motoristas estacionam muitas vezes nas vagas de lojas que fecham após o horário comercial e nas ruas em volta das quadras onde os restaurantes ficam, mas ainda assim falta espaço. “Eu também acho que a calçada é bem estreita, deve ter mais ou menos uns dois metros. Geralmente usa-se para colocar mesas e cadeiras”, completa.

Para Márcia, com trânsito ou sem trânsito, havendo a variedade de estabelecimentos, a vontade de levar esses “pólos informais” adiante e quem sabe até conseguir um projeto como o do bairro Vilas Boas depende da vontade dos empresários. Segundo ela, eles devem ter em mente que uma vez definido como “corredor gastronômico”, é preciso haver um trabalho de excelência no atendimento, que envolve capacitação de garçons e atendentes, higienização das cozinhas, apoio de nutricionistas e outros profissionais, pois de certa forma, a via torna-se “especializada”.

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