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Cidades

Construtoras desistem de obras públicas por valor baixo

Redação | 12/08/2009 15:15

Empresas de construção civil estão tendo problemas de falta de capital por conta dos valores defasados pagos por obras públicas, em alguns casos, inclusive, tendo prejuízo, segundo o presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Mato Grosso do Sul), Alonso Resende do Nascimento.

Há informações, inclusive, de que a Cobel, que é tradicional em obras realizadas para o governo, restringirá sua atuação ao ramo imobiliário após a conclusão do último empreendimento, que é a pavimentação da rodovia ligando Rochedo a Corguinho.

O Campo Grande News entrou em contato, por telefone, com a diretoria da empresa, mas foi informado de que não há interesse da Cobel em falar com a imprensa sobre o assunto. Dentre as obras conhecidas realizadas pela Cobel, estão, por exemplo, a construção do Hospital Rosa Pedrossian e intervenções para controle de enchentes ao longo do córrego Prosa.

Alonso afirma que o problema de baixa remuneração por obras públicas ficou mais contundente nos últimos cinco anos. "Os valores do Sinap (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) deveriam ser apenas um parâmetro, mas é um teto e não traduz a realidade regional", afirma.

Hoje, diz, a pesquisa que estabelece os limites a serem gastos considera apenas valores das capitais e nas cidades do interior vários outros fatores elevam os custos, como o frete, mas não são considerados. Para garantir o respeito à tabela, as obras passam por auditorias do Tribunal de Contas da União.

Diante dessas dificuldades, os Sindicatos da Construção Civil se uniram através da Câmara Brasileira da Indústria da Construção para abrir um canal de negociação com o governo e já há avanços. No mês passado, pela primeira vez, a tabela do Sinap foi esmiuçada. "Pelo menos assim podemos discutir o que não está de acordo com a realidade", diz Alonso.

Outro passo, afirma, é conseguir a flexibilização dos valores para que as diferenças regionais sejam contempladas. Ele admite que seria inviável a realização de pesquisa de forma que contemplasse todos os aspectos regionais. Hoje há mais de 100 empresas que atuam com obras públicas em Mato Grosso do Sul.

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