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Cidades

Corte de mata continua no Parque dos Poderes e preocupa

Redação | 26/01/2010 14:56

Cada vez mais cercado por imóveis comerciais, residenciais e repartições públicas, o Parque dos Poderes continua a se transformar. Começaram hoje, com a derrubada de parte da mata característica do local, as obras de construção do novo prédio da Justiça Federal de Mato Grosso do Sul.

O prédio será construído na esquina da Rua Carlos Bastos de Oliveira com a Avenida Leão Neto do Carmo, ao lado da área de proteção permanente. A obra está autorizada desde 23 de maio do ano passado e garantirá uma nova sede à Justiça Federal.

O Campo Grande News tem denunciado que não existem regras ou um plano de ocupação para os terrenos que ficam ao redor, considerados área de proteção do Parque dos Poderes.

A derrubada das árvores divide opiniões e comprova o crescimento das construções em detrimento da mata.

"Eu acho isso um crime. Estão destruindo com a mata. Cada vez mais o Parque perde área verde. Acho que essas obras todas deveriam ser revistas. As árvores estão clamando", revela a funcionária pública Elisete Barbosa.

Para Vera Gonçalves Pereira, de 39 anos, as obras podem deixar o local mais seguro. "Passo constantemente por aqui e pego ônibus em frente. Acho que com a obra aqui pode se tornar mais seguro. A mata fechada causava medo", explica.

Já para a auxiliar de cozinha Lucilene Souza, 38 anos, que trabalha no Parque, demonstra revolta. "De manhã, quando cheguei ao trabalho, estavam todas de pé. Agora está tudo no chão. Aqui no parque está a principal área verde da cidade. Tirando essas árvores, vai ficar um "limpão" sem graça. Só tenho visto arrancarem a mata para construir prédios, mas nunca vejo ninguém plantando nada", desabafa.

Com isso, empreendimentos particulares de alto padrão tomam parte da vegetação que era considerada como parte da reserva por moradores da Capital. Hoje, a região é umas das campeãs na valorização imobiliária.

Já dentro da reserva, que abriga os prédios dos poderes executivo, Legislativo e Judiciário, 4 mil metros quadrados já estão destinados à obras de ampliações de repartições e construção de sedes.

Futuro - Ontem, acordo foi publicado para a utilização de mais um espaço na região do Parque. A nova sede da prefeitura de Campo Grande deve ser construída no antigo terreno da associação dos servidores, ao lado de um shopping, também previsto em contrato com recompensa à empresa que vai levantar o prédio público municipal.

No fim do ano passado, o deputado Paulo Duarte (PT) solicitou vistoria do Ibama na região, para verificar se os empreendimentos levantados respetiam as regras, como licença para as obras. Dois meses depois, nenhum levantamento foi realizado pelo órgão.

O governo estadual também apresentou projeto para doação de uma área para construção da faculdade de Direito da UFMS no Parque, mas os deputados já anunciaram que são contra e buscam alternativas, com escolha de outro local.

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