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Cidades

Retrospectiva:Crianças foram vítimas de crimes que provocaram comoção em 2010

Aline Queiroz | 31/12/2010 10:30
A menina Rafaela morreu após ser espancada pela mãe e pelo marido.
A menina Rafaela morreu após ser espancada pela mãe e pelo marido.

Criança morta pela mãe, garota mantida em cárcere por anos, bebê que morre durante briga de médicos no parto e estudantes abusados sexualmente dentro de escolas. São manchetes que revelam desrespeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e demonstram a infância em risco em Mato Grosso do Sul.

Em 2010, foi o ano em que a família de Luiz Eduardo Martins Gonçalves, o Dudu, pode fazer o enterro simbólico dos ossos do menino, assassinado de forma cruel em 2007.

Outros casos surgiram. A menina Rafaela, de apenas 3 anos, foi morta por espancamento e os dois acusados do crime são a mãe, Renata Dutra de Oliveira e o padrasto, Handerson Cândido Ferreira.

A morte ocorreu em fevereiro deste ano, em Campo Grande. Laudo necroscópico apontou que a criança agonizou por pelo menos 24 horas antes de morrer e tinha sinais de espancamento. Além de uma lesão no cérebro, foram encontrados hematomas em várias partes do corpo.

No dia em que a criança morreu, Renata tentou simular acidente doméstico em que a menina teria sofrido uma queda. No entanto, a versão logo caiu por terra e os dois foram presos. Eles admitiram apenas que davam palmadas “corretivas”. O caso já está na Justiça e tem mais uma audiência marcada para o dia 21 de fevereiro de 2011.

Em Corumbá, uma adolescente de 15 anos confessou ter matado o filho Marcos Antônio de Toledo, de 1 ano e 1 mês. O crime ocorreu em março, no Bairro Cristo Redentor, periferia de Corumbá, cidade distante 419 quilômetros de Campo Grande. O menino foi morto a facadas e a mãe apreendida pelo crime. Na época, o namorado da adolescente chegou a ser preso, porém, a Polícia descartou envolvimento dele no crime.

Mãe à véspera do parto da menina Mibsan. Foto: Arquivo Pessoal.
Mãe à véspera do parto da menina Mibsan. Foto: Arquivo Pessoal.

A menina Mibsan Rodrigues Cabreira morreu no parto durante briga entre os médicos Sinomar Ricardo, 69 anos, e Orozimbo Ruela, 42 anos. A confusão aconteceu dia 23 de fevereiro deste ano, no Hospital Municipal de Ivinhema, cidade distante 282 quilômetros de Campo Grande.

Os dois médicos foram indiciados por homicídio doloso, aquele em que há intenção de matar. Laudo pericial aponta que o bebê teve sofrimento agudo até ser retirado do útero da mãe por meio de uma cesárea. Desta maneira, a demora provocada pela briga dos médicos, concorreu para a morte do bebê.

Deficiente auditivo preso pela violência sexual.
Deficiente auditivo preso pela violência sexual.

Sexual - O deficiente auditivo Enéias Silva Matos, 36 anos, foi preso acusado de abusar sexualmente de crianças. Câmeras do circuito interno de segurança flagraram a violência contra duas crianças, de 4 e 5 anos, que foram abusadas dentro de duas escolas particulares e tradicionais de Campo Grande.

Enéias também foi apontado como autor de abuso sexual contra um menino dentro de loja popular no centro da cidade.

Os vídeos são nítidos e mostram o momento em que um homem entra e sai do banheiro para onde atraiu uma menina. Já na loja de brinquedos, o autor vai ao encontro de um garoto, em pleno corredor da loja.

Somente este ano a família de Dudu pôde enterrar os restos mortais do menino. Foto: João Garrigó.
Somente este ano a família de Dudu pôde enterrar os restos mortais do menino. Foto: João Garrigó.

Enterro - Somente no dia 1º de setembro o Caso Dudu foi enterrado. O sepultamento simbólico dos ossos encontrados no terreno onde o menino foi brutalmente assassinado ocorreu 980 dias depois do sumiço do garoto, que desapareceu na região do Jardim das Hortênsias, em Campo Grande.

A criança sumiu no dia 22 de dezembro de 2007 e o caso era tratado como desaparecimento. Quase dois anos depois suspeitos do crime foram presos.

José Aparecido Bispo da Silva, o Cido, ex-padrasto do garoto foi condenado a 26 anos de prisão, acusado de ser o mandante do crime. Holly Lee, mais um dos envolvidos no homicídio, foi condenado a 24 anos e 10 meses de prisão pelo homicídio qualificado. Quatro adolescentes também participaram do assassinato e cumpriram medida educacional pela morte do garoto, que teve o corpo cortado em várias partes.

Bruninho: Mãe e padrasto de Elisa Samúdio com o neto nos braços na chegada a MS. Foto: Adriano Hany.
Bruninho: Mãe e padrasto de Elisa Samúdio com o neto nos braços na chegada a MS. Foto: Adriano Hany.

Salvo - Bruninho, filho do goleiro Bruno do Flamengo com a modelo sul-mato-grossense Eliza Samúdio conseguiu escapar à morte quase que por milagre. Bruno continua preso pelo crime enquanto quatro acusados de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, 25 anos, ex-amante do goleiro, foram soltos este mês.

Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes; Fernanda Gomes de Castro, outra amante do jogador; o caseiro Elenilson Vítor da Silva; e Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha"; tiveram as prisões preventivas revogadas pela Justiça.

Os quatro foram absolvidos da acusação de assassinato de Eliza no Tribunal do Júri do fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Eles foram presos em julho, também por ordem da Justiça, ainda durante as investigações em torno do desaparecimento da jovem.

Apesar de ter sido absolvido da acusação de assassinato, o quarteto ainda será julgado por sequestro e cárcere privado do bebê de Eliza, que seria resultado da relação com Bruno.

Para a Polícia e o Ministério Público, a disputa pela paternidade da criança seria o motivo do assassinato de Eliza, cujo corpo nunca foi encontrado. Atualmente, a avó materna de Bruninho, que mora em Ananhanduí, tem a guarda provisória do menino.

Enclausurada: Menina ficou sem ver a luz em casa no Nova Lima. Foto: João Garrigó.
Enclausurada: Menina ficou sem ver a luz em casa no Nova Lima. Foto: João Garrigó.

Enclausurada - Durante três anos, uma menina de apenas cinco anos foi mantida trancada dentro de uma residência no Bairro Nova Lima, em Campo Grande, até o dia 08 de abril, quando foi resgatada em operação feita pelo Conselho Tutelar e a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

A mãe, uma mulher de 40 anos, tinha medo que alguém pudesse fazer mal à menina e, por isso, deixou a menina sem frequentar a escola. Durante os três anos em que ficou enclausurada, a criança não via a luz, seja solar ou artificial.

A mulher chegou a cortar o fornecimento de energia da casa e apedrejava vizinhos que tentassem se aproximar da casa para conversar com ela. Há a suspeita de que ela tivesse algum tipo de problema psicológico e, por isso, não foi presa.

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