Crise dos frigoríficos causa novas demissões em Terenos

Crise dos frigoríficos causou a demissão de mais 50 funcionários hoje pela manhã no frigorífico Peri em Terenos.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação de Campo Grande, Rinaldo Salomão, os 270 funcionários que chegaram ao trabalho hoje foram informados que poderiam voltar para casa porque não havia escala de abate. Outros cinquenta funcionários foram demitidos.

O sindicato já havia alertado na semana para a possibilidade dos frigoríficos de Mato Grosso do Sul demitirem ao menos 10% dos funcionários nas próximas semanas. O frigorífico Peri foi citado pelo Sindicato como um dos estabelecimentos onde houve queda expressiva do abate, de 17 mil cabeças ao mês para 5 mil.

Para Manuel José Neves, de 45 anos, que continua trabalhando com o descarregamento no frigorífico Peri, a nunca houve uma crise como a atual. "Trabalho há dezessete anos só nesse frigorífico, e acho que essa é pior situação que já passamos. O abate sempre diminui com a seca, mas nunca foi desse jeito", diz.

Para o funcionário, apesar da crise já vir preocupando os funcionários, que tem seus turnos de trabalho reduzidos, a demissão pegou os colegas de surpresa. "Ninguém espera ser mandado embora, muitos ainda não sabem o que vão fazer, mas tem muita gente que já está indo procurar outros frigoríficos para procurar trabalho, ninguém pode ficar sem trabalhar".

Para o sindicato os pecuaristas estariam mantendo boi no pasto para esperar o aumento do preços ou preferindo o mercado externo. A entidade, que já pediu interferência do poder público no problema, teme que 2 mil funcionários dos 20 mil atualmente empregados no mercado, percam o emprego.

A reportagem não coneguiu resposta da direção e do departamento pessoal do frigorífico até o momento da publicação da matéria.