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Cidades

De casa humilde a bairro classe média, chuva fez estrago

Redação | 08/12/2009 11:11

Na rua Leônidas de Matos, no bairro Santo Antônio, desde a noite de ontem alguns moradores limpam a lama deixada pela enxurrada, cada vez mais freqüentes. Em algumas casas, é possível ver logo na fachada alterações feitas para evitar inundação em dias de temporal, como a elevação das calçadas, ou muretas já na porta de entrada dos imóveis.

Sem nenhuma dessas barreiras, a enxurrada invadiu a casa de João Antônio Marchin, de 51 anos.

A inundação ocorreu duas vezes em período de uma semana. Em 15 minutos, diz ele, a água subiu cerca de 40 centímetros, mostra marca nas paredes.

Nesta terça, o barro ainda é visto por todo o canto, inclusive sobre os móveis planejados da família, que vive em um imóvel de classe média.

Na casa da frente, o paliativo deu resultado. A vizinha, Maria de Lurdes, de 58 anos, só teve de tirar a lama da garagem, mesmo assim, reclama do problema sem fim. "Limpei um pouco, mas nem limpei mais, porque estou cansada disso. A gente avisa, chama e nada de mudar", protesta.

Na mesma rua, a solução de outra moradora foi elevar o nível da calçada, mesmo assim a água entrou e parou também em mureta construída pela família. "A vizinha está viajando e ainda nem sabe das enxurradas", diz João.

Tudo asfaltado - João diz que mora no mesmo endereço há 8 anos e só agora tem enfrentado o problema. "A rua sempre ficava cheia de água, mas nunca inundou. Com as obras da Via Morena, o problema começou", reclama.

Ele critica a forma como a intervenção da prefeitura na região tem sido feita. "Tem engenheiros direto aqui, será que ninguém percebe que tema algo errado", questiona.

Segundo o morador, com a enxurrada "a água desce do cemitério Santo Amaro, pela avenida Presidente Vargas. Até cruz do cemitério já encontrei em casa", relata.

Ontem, depois do nível da água baixar, o que ele encontrou foi uma cobra de pequeno porte. O morador diz que já chamou o pedreiro para fazer também muretas nas portas da casa.

A esposa não quer acordo, diz que a única solução será mudar de endereço. "Quero vender, não vou mais ficar aqui. Duro é alguém comprar ao saber dessas inundações", lamenta Aparecida do Nascimento, de 51 anos.

Cidade Morena - A chuva fez estragos na Vila Popular, no jardim Imá, Maria Aparecida Pedrossian e na região das Moreninhas.

Nas ruas Floreal e Ubirajara Guarani, no bairro Cidade Morena, pelo menos três casas e uma oficina ficaram com a água a uma altura de 60 centímetros do chão.

O funcionário da oficina, Rodolfo Castanho, de 20 anos, contou que logo que a chuva começou os móveis foram erguidos, para diminuir o prejuízo. A água invadiu até o escritório e nesta manhã os funcionários limpavam o local.

O problema recorrente gera indignação aos moradores que reclamam de abandono pelo poder público e pelos políticos. Marcos Antônio Braga, de 35 anos, afirmou que a casa de sua mãe, inclusive, serviu de palanque para um deputado estadual, quando candidato que prometeu olhar pelo bairro e livre acesso a ele. "Mas quando chego na Assembléia não consigo falar nem com o assessor dele", diz. "A gente se sente largado aqui, há mais de cinco anos lutando pelo asfalto", diz.

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