Defesa ataca Polícia sobre morte de Rogerinho
Para a defesa do jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, que matou o menino Rogério Mendonça, de dois anos, em briga no trânsito, a Polícia Civil não fez o devido trabalho durante a investigação sobre o caso.
Segundo o advogado de Agnaldo, Valdir Custódio da Silva, a Polícia Civil "só confirmou a versão das vítimas sobre os fatos e não investigou todas as possibilidades".
De acordo com ele, "a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul perdeu uma excelente oportunidade de mostrar que é séria, isenta e de fazer um bom trabalho".
Valdir explica que o trabalho da defesa irá começar de fato após a apresentação da denúncia, por parte do MPE (Ministério Público Estadual), quando Agnaldo irá se tornar réu e começar a ser processado pelo Estado.
A defesa insiste na versão apresentada por Agnaldo à Polícia, de que ele foi ameaçado por Aldemir Pedra Neto e por isso atirou, e que não sabia da presença de crianças no veículo.
No domingo passado houve simulação do que ocorreu no dia do crime, 18 de novembro, mas Agnaldo não participou. Segundo a Polícia, a ausência foi por conta da preservação da ordem pública.
O caso - Rogerinho era sobrinho de Aldemir e estava com a irmã, de cinco anos, e com o avô, na camionete L-200 dirigida pelo tio.
Segundo Afonso Pedra, avô de Rogerinho, Aldemir e Agnaldo começaram a discutir em um semáforo no cruzamento das avenidas Mato Grosso e Ernesto Geisel. Aldemir teria demorado para sair quando o sinal abriu.
Já Agnaldo conta que Aldemir o fechou no trânsito, e depois o ameaçou de morte. Durante a simulação, em nenhum momento essa versão foi contemplada, apesar da Polícia informar que a ausência do autor não prejudicaria o procedimento porque também ser baseada no depoimento do réu.
Agnaldo disparou os tiros na camionete quase no cruzamento da Mato Grosso com a Rui Barbosa. Rogerinho morreu poucas horas depois de ser atendido na Santa Casa. Afonso Pedra também foi baleado e perdeu todos os dentes.
Agnaldo foi indiciado pelo homicídio contra Rogerinho, por porte ilegal de arma de fogo e por tentativa de homicídio contra Aldemir, Afonso e contra a irmã de Rogerinho, Ana Maria, cinco anos. Ela foi atingida por estilhaços.