Demitido, homossexual processa Fetems por discriminação
Um homem de 30 anos, que não quis ter seu nome divulgado, alega que o fato de ser homossexual motivou sua demissão do cargo de copeiro do hotel de trânsito da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). Ele já procurou o Ministério do Trabalho e está movendo um processo contra a entidade.
Após 45 dias trabalhando sob indicação de um dos diretores da Fetems, ele foi chamado à sala da presidência.
De acordo com o rapaz que foi demitido, o presidente da entidade, Jaime Teixeira, alegou que ele não estava apto para trabalhar na federação, sem maiores explicações.
A gerente do Hotel de Trânsito, Narcisa Rigo, teria dito que o trabalhador não tinha "perfil para trabalhar na Fetems".
O rapaz foi indicado pelo secretário de política municipal da Fetems, Amarildo do Prado.
Amarildo teria alertado o funcionário sobre o comentário que outros membros da direção estariam fazendo.
"Ele é um gayzinho e vai usar o hotel de trânsito para se deitar com homens", citou o rapaz, como sendo o comentário feito por estes diretores.
O funcionário demitido procurou o Ministério do Trabalho e protocolou a denúncia de preconceito. Também foi até a Casa da Cidadania, que vai conduzir o processo por homofobia.
O advogado da Fetems, Ronaldo Franco, nega que qualquer diretor da entidade tenha ofendido o rapaz.
De acordo com o advogado, ele foi contratado pelo período de 45 dias, renováveis por mais 45, e não atendeu às expectativas da entidade.
"Ele não desempenhou bem o trabalho, não atendeu bem às pessoas, e a Fetems tinha direito de demitir. Isso foi feito e ele recebeu seus direitos", justificou.
Conforme o advogado, se o rapaz processar a entidade, terá de "demonstrar", ou seja, provar que sofreu discriminação.
"Quem alega tem de demonstrar", finalizou.