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Cidades

Depois de confronto, índios saem de fazenda

Redação | 17/05/2010 16:04

As famílias terena que ocupavam a fazenda Petrópolis, em Miranda, saíram da área depois da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) entrar na propriedade, disparando balas de borracha e bombas de gás, de efeito moral.

Segundo lideranças, uma criança de 6 anos e um homem ficaram feridos quando corriam para escapar do gás. O rapaz foi atingido na perna por uma bala de borracha e a menina feriu o joelho ao cair.

Nesta tarde, 55 políciais militares e cerca de 60 federais de Campo Grande participaram da desocupação. Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), mas de 1,5 mil pessoas estavam no local no momento em que a PM invadiu e expulsou as famílias.

Os índios reclamam que negociaram com a PF prazo para desocupação pacífica até às 16 horas, mas faltando 5 minutos para o tempo terminar, os PMs invadiram a área, com cães, escudos e as armas de efeito moral.

Um pequeno grupo de lideranças indígenas, que estava a cavalo, ainda tentou resistir, mas acabou fugindo diante dos disparos, diz o cacique.

"Não foi sério (ferimentos), mas isso é um absurdo, a polícia invadir desse jeito. A gente não quer briga, porque se quisesse a comunidade tinha acabado com os PMs", diz o cacique Juarez Fonseca.

"Apesar da questão indígena mandar só a interferência federal em caso de conflito, a Polícia Federal não fez nada para evitar", reclama.

A PF não se manifestou sobre a atuação da Polícia Militar na tarde desta segunda-feira. Os federais acompanharam da estrada a desocupação feita pela PM e neste momento desmontam os barracos de lona deixados pelas famílias.

Os terena deixaram a fazenda, que pertence á família Pedrossian, e agora estão na estrada estadual que dá acesso ao distrito de Agachi.

"Não vamos desistir nunca. Essas pessoas que lidam com a lei, deveriam saber o que é um direito", diz Juarez, escolhido para falar pelas famílias.

Segundo os índios, são mais de 29 anos lutando pela demarcação da terra, que é considerada por eles uma extensão da aldeia Cachoeirinha, onde vivem cerca de 6 mil pessoas.

"Nós vamos voltar para a aldeia e resolver o que fazer, mas não aceitamos a forma como fomos expulsos hoje", protesta o cacique terena.

O grupo estava na área desde outubro, foi a segunda ocupação em um ano.

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