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Cidades

Descarte correto de medicamentos é tema de campanha do CRF-MS

Nyelder Rodrigues e Viviane Oliveira | 04/06/2012 19:57
Reunião que discutiu os detalhes da campanha, além de formar comissões para recolhimento de medicamentos domiciliares. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Reunião que discutiu os detalhes da campanha, além de formar comissões para recolhimento de medicamentos domiciliares. (Foto: Rodrigo Pazinato)

O CRF (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul) lançou hoje (4) à tarde a Campanha para Descarte Correto de Resíduos de Medicamentos no Mato Grosso do Sul, em parceria com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e vigilâncias sanitárias municipais e estadual.

Durante o lançamento, foi realizada uma reunião que discutiu os detalhes da campanha, além de formar o GTE (Grupo de Trabalho Estadual) para recolhimento de medicamentos domiciliares.

Três comissões foram criadas, sendo elas as responsáveis em implantar a regularização da campanha no Mato Grosso do Sul e fazer mapeando com os principais pontos para realizar a coleta e custo operacional de todo esse processo.

Conforme a representante da Anvisa, Simone Rimas, desde 2010 há iniciativas para controlar e divulgar o correto descarte de resíduos sólidos dos serviços de saúde. Para o segundo semestre de 2012, já está sendo planejado a divulgação dessa campanha para toda a população.

“Com reuniões como as de hoje, queremos saber o que está sobrando e por que está sobrando. Se está sobrando, pode estar havendo uso indevido de medicação”, explica Simone.

Ainda de acordo com a representante da Anvisa, o órgão, a Vigilância Sanitária e o CRF também querem a criação de pontos de coleta, com um farmacêutico responsável para recolher os medicamentos que precisem ser descartados corretamente.

A Lei Federal N° 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, define que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes são os responsáveis por criar estrutura adequada para o descarte desses materiais.

Em Campo Grande, foi aprovada na Câmara Municipal, por indicação do CRF, a Lei Municipal 168/2010, que autoriza o poder executivo a criar pontos de coleta em diversas partes da cidade. No entanto, essa lei ainda não foi regulamentada.

Para o presidente do CRF-MS, Ronaldo Abrão, se o descarte incorreto não for interrompido, bactérias resistentes podem aparecer (Foto: Rodrigo Pazinato)
Para o presidente do CRF-MS, Ronaldo Abrão, se o descarte incorreto não for interrompido, bactérias resistentes podem aparecer (Foto: Rodrigo Pazinato)

Conselho Regional de Farmácia - Já o presidente do CRF-MS, Ronaldo Abrão, diz que a lei foi uma grande esperança para solucionar a questão, pois passa a responsabilidade de dar destino correto aos resíduos ao poder público, mas infelizmente ela não saiu do papel ainda.

“Desde 2008 estamos falando sobre a existência de medicamentos vencidos nas residências, e que o descarte indevido desses medicamente acaba atingido a água. Antibiótico, hormônio e agrotóxico ficam na água e doenças estão aparecendo por conta do contato dessas substâncias com o solo”, conta Ronaldo Abrão.

Segundo o presidente do CRF-MS, se o descarte irregular não for interrompido imediatamente, a sociedade pode enfrentar futuramente um caos na saúde.

Resíduos - No Brasil, são recolhidos cerca de 28 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos, sendo que 3% destes são oriundos da saúde. Conforme pesquisas, 90% da população faz descarte irregular de medicamentos juntamente com o lixo doméstico ou pelo vaso sanitário, o que acaba provocando a poluição da água e do solo, mesmo após tratamento.

Além disso, 80% dos medicamentos vencidos estão dentro das residências. A orientação é que enquanto as novas políticas de recolhimento não sejam implantadas, os produtos que devem ser descartados sejam levados pela população às farmácias onde compraram ou a um hospital, sendo lá devidamente orientados. Após recolhidos, os produtos são incinerados.

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