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Cidades

Enquanto desemprego freia desenvolvimento no país, MS segue crescendo

Paula Vitorino | 30/10/2011 09:58

Estado está na 10ª posição entre os melhores do país, com Índice de Educação puxando crescimento e Emprego & Renda estável diante da crise nacional. Mas mesmo com aumento do indicador, MS precisa crescer mais

Mercado de trabalho tem características diferentes de acordo com região do Estado. (Foto: João Garrigó)
Mercado de trabalho tem características diferentes de acordo com região do Estado. (Foto: João Garrigó)

Enquanto o índice de desenvolvimento no Brasil caiu de 2009 para 2008 em 0,6%, o indicador de Mato Grosso do Sul avançou 1,2% e ocupa a décima posição entre os estados com melhores resultados do país.

A avaliação é de acordo com o IFDM (Índice de Desenvolvimento Municipal), ano base de 2009. Os dados estão sendo divulgados neste domingo pela imprensa, que recebeu os relatórios para avaliação na semana passada.

No comparativo com a última década, a pesquisa revela que MS vem avançando desde 2000, quando seu IFDM foi de 0,6104. Em 2008 o Índice foi de 0,7172 e em 2009 0,7256.

O indicativo socioeconômico analisa três áreas de desenvolvimento: Educação, Saúde e Emprego & Renda. Para a análise, os 5.564 municípios brasileiros são classificados entre desenvolvimento alto (0,8 – 1,0), moderado (0,6 – 0,8), regular (0,4 – 0,6) e baixo (0 – 0,4).

Os resultados mostram que a vertente Emprego & Renda foi fundamental para a redução do Índice no país em 2009, como reflexo da crise mundial. No entanto, enquanto grande parte dos centros apresentou impactos negativos, MS passou de 9,9 mil para 12,9 mil empregos formais no ano, conseguindo manter estável a vertente.

Mas mesmo com aumento no Índice geral, o Estado ainda apresenta desenvolvimento tido como regular no setor Emprego, com 0,5932 no geral e grande variação no índice da vertente nos municípios.

Enquanto Coronel Sapucaia, que ocupa a última posição de desenvolvimento em MS, registra 0,1693, a Capital marca o melhor índice com 0,8616. Campo Grande é o único município no Estado com indicador na área considerado de alto desenvolvimento.

Serviços e construção civil movimentam Capital, enquanto agronegócio e indústria o Interior.
Serviços e construção civil movimentam Capital, enquanto agronegócio e indústria o Interior.

Potências - O gerente de estudos econômicos da Firjan, Guilherme Mercês, aponta que dois setores foram fundamentais para manter o indicador Emprego & Renda fora da queda nacional: Agronegócio, principalmente no Interior, e Construção Civil, majoritariamente na Capital.

O quadro de mercado de trabalho no Estado varia de acordo com a região, explica o gerente da Funtrab, Delmundo Pereira. O agronegócio aparece como forte gerador de renda e emprego nos municípios de Sonora, Naviraí e São Gabriel do Oeste, por exemplo.

Já a indústria vem criando novas vagas, principalmente, nos municípios de Dourados e Três Lagoas. E a Capital tem forte influência da construção civil e comércio.

De acordo com o levantamento do Caged, o fator Emprego & Renda no Estado tende a seguir em crescimento e melhorar o IFDM de MS em 2010, já que o número de empregados foi maior que o dobro de 2009 - ano base do último Índice divulgado. Em 2010, foram 28.373 empregados.

Educação e saúde - O aumento de 1,2% no IFDM do Estado ainda teve forte contribuição da área de Educação, com aumento de 3,2% - 0,7499. A vertente foi indicador de melhora em 88,5% das cidades de MS e em todo país.

Mas ainda assim, como no quesito de Emprego, a melhora na pontuação ainda não garantiu desempenho alto de Educação para o Estado e a maioria dos municípios. Apenas quatro, incluindo a Capital, obtiveram índices acima de 0,8. Chapadão do Sul lidera com 0,8680.

Já no quesito Saúde, 55 cidades aparecem com desenvolvimento alto e o Estado teve melhora de 0,3% - 0,8338. Este é o fator que MS alcança desempenho alto de IFDM. O ranking é liderado por Vicentina, com 0,9421.

Desenvolvimento Brasil - O IFDM em todo o país caiu em 2009 para 0,7603, recuo de 0,6% em relação a 2008 – 0,7649. Desde 2000, é a primeira vez que a pesquisa registra queda no IFDM. Em 2007 foi registrado 0,7478 e em 2000 o Índice foi de 0,5954.

Os municípios de alto desenvolvimento também caíram em 2009 para 235, contra 269 em 2008.

Mas apesar da queda no Índice, o estudo mostra que mais de 90% dos municípios aumentou o desenvolvimento na última década, melhorando as condições principalmente das cidades do Norte e Nordeste. Mas ainda assim os dados mostram o Brasil dividido na parte norte, menos desenvolvida, e sul, com alto crescimento.

Pesquisa - O IFDM é desenvolvido pela Firjan e apresenta anualmente os dados oficiais com base nas três áreas de desenvolvido, com os dados oficiais fornecidos pelo Governo Federal e prefeituras.

A pesquisa começou em 2008, comparando os anos de 2005 e 2000, e permite analisar a melhora ocorrida nas cidades a cada ano. A defasagem temporal dos dados é atualmente de dois anos, sendo o estudo mais recente de 2009 e divulgado na última semana.

Na área de Emprego & Renda, o foco é no mercado formal de trabalho, não considerando a informalidade como dados de desenvolvimento - geração de emprego e remuneração média. Na educação, são analisados dados do ensino fundamental e educação infantil, além da qualidade da educação – matrícula, distorção idadesérie, horas aula diárias e resultado do IDEB.

Já na saúde, o foco é na atenção básica, no primeiro nível de contato da sociedade com o sistema de saúde – consultas pré-natal, óbitos por causas mal-definidas e infantis por causas evitáveis.

A pesquisa completa pode ser conferida no site: http://www.firjan.org.br

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