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Cidades

Desnutrição e bactéria podem ter causado mortes de bois

Redação | 18/07/2010 17:16

A falta de disponibilidade adequada de alimentos por conta do pasto seco, desmatamento da reserva legal nas propriedadesm associada à sensibilidade desenvolvida pela bactéria pasteurella, que causa infecções no sistema respiratório de animais e humanos, podem ter causado a morte de mais de 500 cabeças de gado em fazendas localizadas só na região sul do estado, sem contar em propriedades de Porto Murtinho.

De acordo com o professor do curso de medicina veterinária da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Arley Coelho da Silveira, com a mudança brusca de temperatura os animais estão propensos e se alimentar de pastagens secas, apresentando um quadro elevado de desnutrição, afinal, a qualidade do capim seco não é boa, configurando redução na ingestão da fonte de alimentação bovina.

Arley explicou ao Campo Grande News que toda vez que a temperatura muda bruscamente, o clima de frio intenso pode desencadear hipoglicemia (baixa de glicose) no gado, levando o rebanho ao coma, até porque o animal fica com a imunidade baixa e seu quadro de energia fica estagnado. Fora isso, outra hipótese destacada pelo professor para a morte dos bois está relacionada à falta de abrigo apropriado.

Segundo ele, é necessário que as pastagens contem com bosques ou outro tipo de reserva onde o gado possa se abrigar contra o vento e as temperaturas baixas. Em áreas de lavouras em que não existem abrigos adequados e nenhum tipo de vegetação os animais estão mais propensos a morrer de frio, em função do próprio ambiente.

Bactéria - A bactéria pasteurella está presente no sistema respiratório de animais e humanos. Numa condição de frio intenso onde o animal fica estressado e com a imunidade baixa, ela colabora para o aumento na produção de toxina, acarretando na morte dele.

Ou seja, em condições de frio elevado, os animais podem morrer de hipoglicemia, por causa dessa bactéria e ainda por hipotermia, já que a energia fica desgastada e não há capacidade suficiente de o animal produzir calor suficiente. Ele perde o equilíbrio metabólico e as bactérias se multiplicam.

Se o animal estiver magro, está mais sujeito a essas crises de hipotermia e hipoglicemia. Por isso o produtor deve, principalmente nesta época, oferecer alimentações alternativas ao rebanho, como silagem, suplementos de silagem, principalmente feno de boa qualidade e até mesmo um concentrado a fim de que os animais fiquem bem nutridos.

O transporte de animais, nas condições climáticas muito baixas, deve ser evitado, até porque eles ficam indispostos a andar por grandes distâncias, pois podem ser expostos a uma hipoglicemia elevada.

Mortes - Cerca de 500 cabeças de gado morreram em fazendas da região sul do estado em decorrência das baixas temperaturas registradas na madrugada de ontem. Somente em Caarapó, de acordo com a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária e Vegetal), 300 cabeças morreram de frio. O prejuízo ainda não foi calculado.

Conforme o chefe da Iagro, Nilson Fiorenza, os dados foram obtidos em vistorias feitas em quatro propriedades: Fazenda Aurora (50), Fazenda Taquarussu (34), Fazenda Conchita Cuê (60) e Fazenda Santa Maria, com 151 animais. Na cidade de Antônio João 79 animais também morreram em decorrência das baixas temperaturas.

A última vez em que animais morreram de hipotermia em Mato Grosso do Sul foi em 2007, na mesma região, que fica na fronteira com o Paraguai.

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