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Cidades

Detentos queimam colchão para socorrer preso na Máxima

Redação | 09/01/2010 12:09

Na madrugada deste sábado detentos do Presídio de Segurança Máxima da Capital, localizados na galeria A do pavilhão 2, atearam fogo em um colchão para que a polícia entrasse no local e salvasse o preso Sidnei Batista Rodrigues, que teve duas convulsões em decorrência de epilepsia, de acordo com informações repassadas ao Campo Grande News por um detento no lugar.

Sidnei começou a passar mal por volta de 0h30 e só foi socorrido às 5h45, já em estado debilitado por conta de ter agonizado durante muito tempo. Ele foi socorrido ao Posto de Saúde do bairro Tiradentes e depois para a Santa Casa, contudo, o hospital explicou à reportagem que ele não deu entrada no local.

O detento que passou mal já retornou ao presídio, conforme comunicado por agentes do dia. No entanto, a diretoria do local não foi encontrada pela reportagem para dar mais detalhes sobre o caso.

Através de informações apuradas com base na denúncia de um dos internos, quando Sidnei passou mal pela segunda vez, os presos que estavam em sua cela começaram a bater nas grades visando chamar a atenção da guarda para que entrasse no local e o socorresse. Após várias horas, os detentos atearam fogo em um colchão com o intuito de que o policial que fazia a guarda na torre do prédio visse o movimento.

Instantes depois, as grades da cela em que Sidnei estava se romperam e ele foi levado à entrada do pavilhão por outros presos. "Quando os bombeiros chegaram ao local nem fizeram os primeiros socorros, já foram arrastando ele para a maca", denunciou um detento.

Segundo alguns presos que estão no local, no dia 18 de dezembro do ano passado, o detento José Cláudio Paim de Oliveira sofreu ataque cardíaco na Máxima e demorou para ser socorrido. Ele acabou morrendo no Posto de Saúde do Tiradentes.

"O problema é que sempre que um interno passa mal aqui dentro, a polícia o encaminha para o posto de saúde do Tiradentes em vez de levar direto para a Santa Casa. Aqui a saúde é deixada de lado", reclama um preso.

Ele explica que a unidade de saúde situada dentro do presídio está totalmente desestruturada, com falta de medicamentos e não tem atendido a necessidade dos presos. "O Sidnei mesmo era para estar tomando remédio diariamente, mas isso nunca acontece", completou o detento.

Para que a situação de negligência não ocorra novamente, os presos sugerem que a diretoria dê mais atenção à saúde no lugar.

A reportagem telefonou ao presídio e foi informada de que o diretor João Bosco Ferreira está de férias e o contato do oficial de dia, que responde por ele, não poderia ser repassado.

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