ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 17º

Cidades

"É uma questão de brincadeira", diz policial da Cigcoe sobre treinamento de cães

Fernando da Mata | 10/01/2012 15:50

Pelotão canino da Cigcoe é composto por 19 animais de quatro raças diferentes e está de prontidão para missões no estado

Cão Pepi se divertindo com brinquedo que está na mão do policial (Foto: João Garrigó)
Cão Pepi se divertindo com brinquedo que está na mão do policial (Foto: João Garrigó)

‘Policiais’ bons pra cachorro, treinados para encontrar entorpecentes, explosivos e armamentos. Composto por 19 cães, o pelotão pra lá de animal da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) integra a Roca (Rondas Ostensivas de Cães Adestrados).

Os caninos são treinados por vários policiais, dentre eles o sargento Cleiton Alves de Oliveira, subcomandante do pelotão. Oliveira contou ao Campo Grande News que a Roca foi criada em 2003 e está de prontidão para apoiar forças policiais em todo o Mato Grosso do Sul.

“Inicialmente, a intenção era usar os cães para guarda e proteção em presídios. Depois, eles começaram a ser treinados para farejar entorpecentes, explosivos e armamentos”, relatou o subcomandante.

No canil da Cigcoe, moram labradores, pastores, rottweilers e pit bulls. Todos são considerados especiais pelos policiais. Um deles é o labrador Rajado, que ficou um ano e meio em missão com a Força Nacional.

Outro da mesma raça é Bóris, que ganhou os holofotes da imprensa depois que encontrou um fuzil que estava escondido em uma mata. A arma foi utilizada durante um sequestro em Campo Grande no último fim de semana.

Antes de serem treinados para as missões, todos passaram pelo adestramento básico do ‘junto, senta, deita, fica, aqui’, que dura de três a seis meses.

Oliveira faz questão de ressaltar que o treinamento não consiste em viciar o animal. Tanto é que os produtos utilizados para aguçar o olfato dos bichos são todos embalados com plásticos e canos de PVC.

“Tudo é uma questão de brincadeira. Nós associamos o odor do que ele [animal] procura com brinquedo”, explicou o sargento, garantindo ainda que o alimento não está incluso no adestramento.

“A ‘recompensa’ é com carinho e o brinquedo que ele gosta. Na hora que ele encontra [determinado objeto], é presenteado com o brinquedo. Pouco importa o que ele achou, ele quer o brinquedo dele”, ressaltou o sargento.

Quando o animal fareja o objeto procurado, ele indica de duas maneiras: a passiva (quando ele senta) e a ativa (quando arranha ou morde o local).

Cão Bóris doido pra pegar a bolinha na mão do policial (Foto: João Garrigó)
Cão Bóris doido pra pegar a bolinha na mão do policial (Foto: João Garrigó)

Os treinamentos são feitos em veículos, matas, locais fechados e vários outros ambientes, para que os cães fiquem habituados as diversas situações.

Mordomia e ralação – Os cães policiais usufruem de várias mordomias. Segundo o sargento da Cigcoe, além de comerem ração de qualidade, contam com viaturas climatizadas quando precisam ir para alguma missão. “Eles são apaixonados por viatura”, brinca Oliveira.

Para manter o pelotão canino bem disposto, a motivação é essencial. Por isso, todo cuidado é pouco, de acordo com o sargento da Cigcoe. “Nunca podemos fazer várias buscas e o cão não encontrar nada. Tem que colocar uma pista falsa para ele não ficar desmotivado”.

Mas nem por isso, a vida dos bichos é mole. “A gente só tira o cão para trabalhar, não leva ele para passear. Então ele fica habituado”, disse Oliveira.

Por enquanto, não há previsão de recrutamento de novos agentes caninos. Dos 19 cães que integram o pelotão, 90% foram doados, de acordo com o subcomandante da Roca.

Nos siga no Google Notícias