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Cidades

Em 10 dias, polícia flagra 8 garotos gerentes do tráfico

Redação | 09/01/2009 17:05

Em dez dias, oito adolescentes foram apreendidos em Campo Grande por tráfico de drogas. Dos seis pontos de venda fechados nesse período, todos eram "administrados" por garotos, uma "novidade" que causou surpresa , inclusive, à Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude).

Até uma menina, de 14 anos foi flagrada, gerenciando uma "boca de fumo" na periferia da Capital. No caso dessa adolescente, ela já havia passado por uma Unei (Unidade Educacional de Internação), mas um mês após ser solta, foi pega novamente por trafico.

Segundo a delegada Maria de Lourdes Cano o uso de menores de idade começou a ser verificado com maior frequência a partir de dezembro. Seria uma estratégia para multiplicar a atuação e o lucro, além de evitar penas maiores. "O traficante abre várias bocas e coloca adolescentes para gerenciar, com isso ele amplia o negócio", explica.

As ocorrências foram registradas de 28 de dezembro até a última quinta-feira. Depois de conversa com os garotos o motivo de envolvimento com traficantes ficou claro, segundo a delegada Maria de Lourdes Cano. Eles buscam dinheiro fácil e são recrutados por maiores de idade traficantes maiores de idade a recrutarem adolescentes para gerenciar os pontos de venda porque, caso haja alguma batida policial, a penalidade para o jovem será muito menor do que a aplicada para o adulto.

"Um adolescente apreendido me falou ganha muito com a venda de drogas e me perguntou onde arranjaria um emprego que ganhasse tanto", comenta a delegada.

Os garotos são responsáveis por venda de maconha, cocaína e pasta-base. Na avaliação de Maria de Lourdes, apesar de alguns serem reincidentes, nem a passagem pela Unei conseguiu reverter o envolvimento com o crime. "Eles recebem a medida sócio educativa, mas quando são soltos voltam para o mesmo local", diz.

Como estratégia para tentar reverter a situação, a Polícia Civil garante que está intensificando trabalho de investigação para chegar aos reais donos dos entorpecentes. "Os jovens apreendidos nunca falam quem é o dono do ponto, assumem o porte do entorpecente. Por isso sempre voltamos aos locais de venda e região próxima após a apreensão do adolescente, para tentar encontrar o verdadeiro proprietário da 'boca' antes que ele passe o ponto para outro jovem", afirma.

A delegada esclarece que durante o trabalho fica evidente que garotos do tráfico não têm o perfil de usuários: "Até usam, mas esporadicamente. Estes adolescentes visam o comércio, o lucro por meio do tráfico". Algumas das características semelhantes entre eles apontam também as prováveis origens do problema. Nenhum estuda ou tem laços familiares efetivos. "Em alguns casos temos até dificuldade de localizar a família", conta a delegada.

Nesta sexta - O flagrante mais recente ocorreu hoje, na Vila Nhá Nhá, onde uma boca era comandada por um adolescente de 15 anos.

No local foram apreendidas 54 papelotes de pasta base, R$ 724 em dinheiro, um carregador de pistola calibre 380 municiado e o revólver furtado. O adolescente, que foi apreendido, já tinha antecedente por tráfico.

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